771kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Ida e volta no mesmo dia para pouco mais dá do que um registo rápido junto à placa do aeroporto, com Vasco Cordeiro e os candidatos regionais.
i

Ida e volta no mesmo dia para pouco mais dá do que um registo rápido junto à placa do aeroporto, com Vasco Cordeiro e os candidatos regionais.

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Ida e volta no mesmo dia para pouco mais dá do que um registo rápido junto à placa do aeroporto, com Vasco Cordeiro e os candidatos regionais.

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Costa aterra na campanha a bordo do inimigo e a reclamar mais uma dose (mas de outra vacina)

Costa quis arrancar nos Açores e restou-lhe (ironia das ironias) um voo da Ryanair para se pôr em Ponta Delgada a tempo. Na região deixou ataques a Rio e o desejo de uma vacina contra a direita.

A campanha socialista começa com um toque de ironia e outro de (pouco) humor. O líder do partido decidiu arrancar nos Açores, Ponta Delgada, numa investida de ida e volta no próprio dia, chegando a bordo de um voo da Ryanair, a companhia low cost que mais tem contestado o plano de reestruturação da TAP. Quanto ao humor, não convenceu António Costa que tivesse sido uma “brincadeira” o que Rui Rio escreveu no Twitter sobre o seu voto antecipado no Porto. Foi na terra que perdeu para a direita, apoiada pelo Chega no parlamento regional, que Costa confessou esperar que todos tenham ficado vacinados.

Mas comecemos pelo início do dia, quando o staff de Costa entrou no voo no fim dos restantes passageiros, ocupando os lugares das duas primeiras filas. Ao lado do engravatado líder socialista seguiam Mariana Vieira da Silva e Duarte Cordeiro, na fila ao lado estava também Tiago Antunes. Dois deles candidatos nestas legislativas, todos com funções na organização da caravana socialista e todos membros do Governo que tem ouvido a contestação da companhia aérea que ainda no final de dezembro, voltou a atacar o plano de reestruturação da TAP, que conseguiu luz verde de Bruxelas mesmo antes de começar a campanha — menos uma incerteza de peso para levar às costas. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que não os veja ali sentados sob o logótipo amarelo da empresa presidida por Michael O’Leary que o comparou ao pinóquio.

[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador]

António Costa nos Açores para lançar vacina anti-direita

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entre os passageiros havia quem estranhasse ver ali o primeiro-ministro. O líder da JS, Miguel Costa Matos, mais atrás no mesmo voo, chegou a explicar a um deles que Costa “viaja sempre nestes aviões e em classe económica“. A explicação da candidatura ia além disso, afinal nessa manhã não havia nenhum voo além daquele para chegar a Ponta Delgada a tempo da primeira iniciativa marcada. Não é o primeiro nem o último que Costa fez em companhias low cost e no regresso vai via Sata e, à Madeira, pela TAP.

O tweet que chegou do continente

O dia começou só após o almoço, com uma visita às empresas do Grupo Marques, um dos maiores empregadores da Região Autónoma dos Açores e também uma das maiores exportadoras. Costa visitou as serrações de madeira e de pedra do grupo que também produz óleos essenciais, mas quando lá chegou já a sua comitiva vinha animada com um tweet que chegava do norte do continente, de Rui Rio.

O líder do PSD escrevera que Costa ia exercer o voto antecipado, no dia 23, no Porto para não ter de votar em si mesmo, já que concorre pelo círculo de Lisboa. Mas o sistema não funciona assim e Costa não poupou o adversário que, considerou, “tinha obrigação de saber o que era o voto antecipado. Se resolveu disfarçar o seu desconhecimento como tendo sido uma graçola, pronto era uma graçola. Não creio que um político afirme a sua credibilidade com graçolas, mas procurando responder com seriedade.”

O que Rio revelava, argumentou ainda Costa, era “desconhecimento sobre o funcionamento básico da democracia”. E depois explicou que “em qualquer sitio em que se esteja a exercer o voto no dia 23, o voto é contabilizado no sitio onde se está recenseado”.

Tudo terminou no comício no Açor Arena, em Vila Franca do Campo. O fecho ficou a cargo de António Costa, mas antes dele ainda falaram o antigo deputado Ricardo Rodrigues, autarca da terra, o líder do PS-Açores, Vasco Cordeiro, e o número um da lista pelo círculo da região, Francisco César. Carlos César, o seu pai, também lá esteve, mas fora dos holofotes, numa retirada que tem vindo a ser gradual (atualmente é presidente do PS e exerce a sua posição de um dos principais conselheiros de Costa totalmente na sombra) e que, com tudo isto, pretende evitar que se volte a tocar num gate sensível para o PS, o das famílias. Francisco tocou ao de leve no assunto na sua intervenção, ao referir o pai dizendo que “como todos sabem” conhece bem e que “com ele” muito aprendeu.

Tiro ao PSD e à sua radicalização

Ali a frente que se quer armar é contra Rio e no comício de Vila Franca, antes de embarcar para Lisboa, Costa ouviu o vitorioso mas derrotado nas últimas eleições regionais, Vasco Cordeiro, atirar à ausência de Rio da Região neste tempo de campanha oficial. Nesta primeira semana, Costa passou pelos Açores e, terça-feira, irá à Madeira, mas a caravana social-democrata não passa por nenhuma das duas regiões. “Não surpreende a ausência do PSD”, disse o socialista. “É compreensível, mas censurável”, atirou. E “compreensível” porque Rui Rio apouca os votos em disputa na região, acusou Cordeiro.

MIGUEL A. LOPES/LUSA

António Costa também acabou a atirar nesse mesmo sentido, atirando do palco que “os Açores também são Portugal”.  E Francisco César também entrou nessa frente de ataque ao PSD, aproveitando ainda o exemplo regional de um Executivo com o PSD “de braço dado com André Ventura” para apostar na radicalização do PSD também ao nível nacional: “Esse é o risco que não podemos correr”. Não ficou sozinho, com o líder do partido a subir ao palco logo de seguida para fazer esse mesmo alerta, esperando “que tenha sido uma vacina para todo o país” ver o que aconteceu nos Açores, onde o PS ganhou mas não teve maioria: “No dia seguinte, acordam com o Governo de toda a direita unida que nem sequer a extrema-direita do Chega ficou fora do acordo parlamentar que viabilizou o Governo do PSD”.

Para Costa ficaram ainda os dados macreconómicos disparados em catadupa, para concluir que “já há meio milhão de portugueses a trabalhar e menos 400 mil em situação de pobreza ou exclusão”. E a repetição da urgência de ter um Orçamento aprovado em 2022: “Não podemos perder este ano em regime de duodécimos, precisamos com urgência do Orçamento aprovado”. E, nesse capítulo,  tem afirmado ser o único que tem uma proposta pronta — quando pede a maioria absoluta para o poder aprovar de imediato.

Isto para contrapor às “aventuras” que diz ver no PSD de Rui Rio. Exemplificou com o sistema misto de pensões, ou com a reforma da Justiça de Rio que “o que pretende é assegurar o controlo político sobre a autonomia do Ministério Público“, ou ainda a falta de vontade que garante haver no PSD quando ao aumento geral dos salários. “Não é tempo para aventuras, mas também não é tempo para adiar subida de salário mínimo nacional ou congelar a descida do IRS. Quem não quer subir o salário mínimo, muito menos vai querer subir salários médios”, afirmou ainda sobre Rio.

“Sim precisamos de um primeiro-ministro responsável e cooperante com os Açores e esse primeiro-ministro é António Costa”, tinha já dito naquele mesmo púlpito Francisco César. Só que isso não chega, admitiu de seguida, não é isso que dá ao “PS a vitória garantida”, acrescentou ainda num apelo ao voto que já vai dramático logo no primeiro dia de campanha oficial. Afinal as eleições são a 30 de janeiro, mas há voto antecipado daqui a apenas sete dias.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver oferta

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.
Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos