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S.TO.P lançou greve por tempo indeterminado, Fenprof e FNE também protestam
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S.TO.P lançou greve por tempo indeterminado, Fenprof e FNE também protestam

Gerardo Santos/Global Imagens

S.TO.P lançou greve por tempo indeterminado, Fenprof e FNE também protestam

Gerardo Santos/Global Imagens

Esquerda não quer alienar novos movimentos de protesto, mas tenta puxar para si "lutas" de ano quente

Esquerda evita criticar diretamente novos sindicatos, mas desconfia de divisões e lamenta falhas dos sindicatos tradicionais. Ano será agitado nas ruas e BE e PCP querem capitalizar.

Fundos de greve, paralisações sem fim à vista, críticas acesas aos sindicatos tradicionais. Numa questão de semanas, o S.TO.P — sindicato criado em 2018 — passou a liderar a agenda dos protestos dos professores e a aparecer diariamente nas televisões. À esquerda, o fenómeno comenta-se com cautela, evitando críticas diretas para não alienar os milhares de professores que se juntaram à causa, mas com reparos sobre a forma dos protestos — e os riscos de deixar que o protagonismo fique nas mãos e nos megafones de novos sindicatos.

Mesmo mantendo a discrição, a esquerda está atenta. Por um lado, às falhas dos sindicatos mais antigos, a que estão tradicionalmente ligados (sobretudo o PCP) e aos quais deixam avisos: a Fenprof e os seus congéneres noutros setores são demasiado “burocráticos” e têm uma imagem “velha”, conotada com os partidos políticos, que precisa de ser revitalizada — tudo enquanto o MAS aproveita para se colar à ascensão do S.TO.P, argumentando que também no plano político, como no sindical, é preciso que apareçam forças novas.

Por outro, a esquerda mantém-se focada nos trabalhos do ano que vem aí: inflação e redução do poder de compra, assim como algumas lutas sociais (clima ou mercado de habitação, por exemplo) compõem o cocktail de insatisfação perfeito para lançar contra um Governo com uma imagem “frágil”. O desafio estará em conseguir capitalizar com o momento de agitação social e liderar o descontentamento das “massas” — sob pena de deixar que outros o liderem, perdendo uma frente de luta política contra o PS absoluto.

"Não fiquei surpreendido com a adesão às manifestações e greves convocadas pelo S.TO.P. De forma alguma. Temos e tínhamos consciência de que a irritação dos professores e colegas é enorme, é justa e é legitima. [Mas] não perdemos pé nenhum. Se tivéssemos perdido o pé, tínhamos comprado umas boias", cortou Mário Nogueira.

“Com estes ou outros, a tampa saltou”

Para já, as críticas ao S.TO.P — como a outras formas novas de sindicalismo — são estrategicamente “tímidas” e subtis, como resume ao Observador fonte comunista, uma vez que a prioridade passa por dar visibilidade ao que mais importa: a insatisfação dos professores e a pressão crescente sobre o Governo, sem divisões que venham “desestabilizar a luta”.

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Ao juntar-se aos protestos na rua, Catarina Martins solidarizava-se com os docentes; depois, questionada sobre as formas de manifestação escolhidas pelo S.TO.P (incluindo as denúncias de fundos de greve usados para pagar aos auxiliares, que com mais facilidade conseguem que as escolas fechem portas), deixava uma crítica subtil: “Se há algum problema pontual, ele não deve ser confundido com a gigantesca maioria dos professores, que estão a fazer a luta como a devem fazer”.

Já o líder do PCP, Paulo Raimundo, também tem optado por valorizar os protestos dos professores e desvalorizar as divisões entre os sindicatos que os convocam, embora deixando um ponto assente: a forma alguns protestos estão a decorrer já levou o Governo a pedir um parecer sobre a legalidade das greves do S.TO.P e SIPE — e isso pode abrir a porta a tentativas de apertar a lei da greve, dificultando as condições para que se realizem as paralisações. Já a adesão dos professores é determinada apenas e só pelas razões “justas” que têm, e não pelos “olhos bonitos” de um ou outro dirigente sindical, atirou.

De resto, ironizam várias fontes ouvidas pelo Observador, no ponto em que a irritação dos professores está, qualquer novo protesto que aparecesse e apanhasse o “comboio do descontentamento”, que já estava em andamento há muitos anos, teria sucesso. “Acima de tudo o que está presente é um enormíssimo descontentamento. Podia aparecer outro sindicato com outro nome qualquer, até podia dizer que ia fazer um minuto de greve. Com estes ou outros, a tampa saltou”, resume, em declarações ao Observador, o ex-dirigente comunista e ex-líder da CGTP Arménio Carlos.

Mas também deixa avisos aos sindicatos tradicionais: “O que se está a passar agora não é mais nem menos do que a tampa da panela de pressão que saltou, como há 15 anos [contra o Governo de José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues]. É natural que, de acordo com a própria dinâmica que a Fenprof instalou há vários anos, outros sindicatos tenham surgido e tenham ganhado algum protagonismo”.

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins (C), participa na concentração de professores em greve na praça do Giraldo, no âmbito da greve nacional de professores por distritos, em Évora, 25 de janeiro de 2023. NUNO VEIGA/LUSA

Catarina Martins esteve com professores que se manifestavam em Évora

NUNO VEIGA/LUSA

Sindicatos tradicionais abriram espaço à “radicalização”, avisa esquerda

Nos bastidores de PCP e Bloco de Esquerda, os avisos e críticas contra “sindicatos que surgem de um dia para o outro, criados do pé para a mão”, são feitos com menos cautelas. “É ótimo para quem ganha com a divisão dos trabalhadores. Depois, o descontentamento dita a adesão”, comenta fonte comunista, comparando os métodos “altamente perversos” do S.TO.P ao do sindicato dos enfermeiros que entrou em choque com o Governo… E chegando à mesma conclusão que Raimundo: “Vai servir de desculpa ao Governo para mudar a lei da greve”.

O desconforto de Mário Nogueira com o protagonismo de André Pestana é, olhando as mais recentes declarações públicas do líder da Fenprof, uma evidência. “O sindicalismo dos professores é feito pelos professores. Se me disser que o novo sindicalismo passa por marcar uma greve por tempo indeterminado, mas, afinal, ela é apenas uma hora hoje ou duas amanhã, essa não é a nossa forma de luta. Se me disser que o novo sindicalismo passa por levar assistentes operacionais a fazer a greve para serem eles a fechar as escolas, apesar de a luta ser dos professores, não fazemos isso”, criticou Nogueira, em entrevista ao Jornal de Notícias.

O líder da Fenprof iria ainda mais longe. “Não fiquei surpreendido com a adesão às manifestações e greves convocadas pelo S.TO.P. De forma alguma. Temos e tínhamos consciência de que a irritação dos professores e colegas é enorme, é justa e é legitima. [Mas] não perdemos pé nenhum. Se tivéssemos perdido o pé, tínhamos comprado umas boias”, cortou Nogueira.

Ainda assim, ninguém na esquerda nega uma ideia: se o S.TO.P abriu a porta do protesto mais “radical”, o que é certo é que “entrou uma multidão por ali dentro”. E, se isso aconteceu, é porque os sindicatos tradicionais permitiram que se abrisse um vazio. “Essa manifestação é um sinal para os sindicatos, (…) sobretudo com uma presença de professores não sindicalizados, porque confiam pouco nos sindicatos“, notava, na SIC, o ex-líder do BE Francisco Louçã.

“Só há espaço para isto porque em algum momento o movimento sindical de massas não foi identificado pelos professores como suficientemente ativo e criou-se um espaço para a radicalização da luta”, concorda uma fonte comunista.

“O descontentamento é tal que os professores precisavam de que alguém lhes dissesse: vamos fazer uma manifestação”. Tudo porque, admite, por entre críticas à comunicação social por dar mais projeção aos novos movimentos e aos protestos mais radicais, “em alguns momentos da História as vanguardas e os movimentos de massas estão na retranca, com medo, e não suficientemente na vanguarda… Outros tomam a dianteira. Abriu-se esta brecha para que estas forças aproveitassem o movimento”.

Por estas forças, à esquerda, entendem-se tanto os novos sindicatos como o Chega, que há meses anunciou a intenção de criar uma nova estrutura sindical. São essas forças, indicam estes partidos, que lançam “sindicatos pomposos” que contrastam com estruturas que são vistas como “obsoletas”, tratadas como “sindicalismo velho” e inevitavelmente associadas ao Bloco de Esquerda e, sobretudo, ao PCP.

Se dentro do partido os novos sindicatos são descritos como “fogachos”, sem real estrutura ou implantação nas escolas ou noutros setores, os ‘velhos’ sindicatos também não escapam às críticas: fazem, há muitos anos, “o trabalho de sapa”, mas não conseguiram liderar, pelo menos mediaticamente, a fúria dos professores e de outros profissionais.

Arménio Carlos põe água na fervura — a Fenprof está a conseguir “grandes níveis de adesão” e o que interessa é a “disponibilidade” dos professores para fazerem as suas reivindicações — e garante que o S.TO.P não se “adiantou”, antes “definiu uma forma de luta que despertou a atenção dos professores e da comunicação social”.

Ou, por outra, “apanhou a carruagem do descontentamento de um comboio que já estava em movimento. Todos os movimentos são bem vindos”. Se serão duradouros, é outra questão: “É importante como se começa, mas mais importante como se acaba, como se viu pelo exemplo dos enfermeiros”.

Não significa isto que os partidos acreditem que a Fenprof ou estruturas semelhantes estão esgotadas: continuam a ter mais raízes nas escolas e nos setores que trabalham, a contar com mais membros (o S.TO.P fazia um balanço recente em que dizia contar com 1300 sindicalizados, mas com muitos mais, ainda não contabilizados, a aderirem nas últimas semanas) e a conseguir grande adesão nos protestos que entretanto convocaram e que agora estão a realizar, distrito a distrito. Mas não conquistam a mesma atenção mediática — e, assim, não conseguem impor-se na liderança destes protestos.

Para o próprio S.TO.P, as críticas serão sinais de preocupação dos outros sindicatos. Ao Diário de Notícias, o líder do sindicato, André Pestana, congratulava-se pelo elevado número de professores (muitos não sindicalizados) a aderir aos protestos, explicando essa adesão com a “forma diferente de sindicalismo” que o S.TO.P representa.

“Os nossos aparelhos de som estão disponíveis para qualquer colega, o que não acontece com os outros. Foi o que fizemos na manifestação de 17 de dezembro. Qualquer pessoa podia falar, não só professores, como alunos ou pais. Uma prova de que não temos uma agenda secreta. Na manifestação, as pessoas levaram os seus próprios cartazes, não os de sindicatos e todos tiveram voz. As pessoas sentem que não há controlo, sentem que connosco é diferente, é apartidário e todos os que defendem a escola pública são bem vindos”, justificava.

Além disso, lembrava que no MAS os dirigentes têm mandatos finitos e por isso “ninguém faz carreira de dirigente sindical”, uma crítica frequentemente apontada a outras estruturas: “Mais cedo ou mais tarde teremos de voltar às escolas e o que ganharmos ou perdemos na luta pela classe será igual para nós”.

André Pestana passou pela JCP, Bloco e ajudou a criar o MAS. Hoje lidera o S.TO.P

Gerardo Santos/Global Imagens

Avante ignora novo sindicato. MAS quer capitalizar

Mesmo dizendo-se apartidário, à esquerda ouvem-se críticas à colagem do MAS (Movimento Alternativa Socialista), partido de que Pestana faz parte e que nasce de uma cisão de dissidentes do Bloco. Se, nas mesmas declarações ao DN, Pestana apresentava a forma como os bloquistas olham para o sindicalismo — “numa perspetiva de controlo do movimento sindical” — como uma das principais razões para ter saído do partido e fundado o MAS, que “tem como uma das linhas mestras a separação total dos sindicatos”, a postura não é isenta de críticas.

No Expresso, Daniel Oliveira defendia que “a Fenprof foi ultrapassada pelos acontecimentos” e que o S.TO.P, “um sindicato dominado por um pequeníssimo grupo trotsquista dissidente pela esquerda do BE”, se soube antecipar. Tal como fontes dentro do Bloco e do PCP, o analista político não arriscava antecipar nenhuma conclusão sobre o definhamento do sindicalismo tradicional — “é cedo para dizer, porque depende de como os novos atores liderarem esta luta” — mas apontava “responsabilidades próprias à Fenprof”, que entretanto voltou a “comandar” os protestos.

E acrescentava: “Para o S.TO.P, a ideia de negociação é já uma traição”; para o sindicalismo tradicional e “agrilhoado a agendas partidárias”, a luta é “uma liturgia cada vez mais distante dos trabalhadores” e desvalorizada por Governos que “passaram as últimas décadas a tirar poder ao sindicalismo. Agora, têm de lidar com explosões mais difíceis de gerir”. “(…) A Fenprof tem lições a tirar: o sindicalismo burocrático está condenado”, concluía.

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, intervém durante a manifestação de professores em dia de greve com distribuição de informação à população sobre as razões da luta dos professores, assinatura de postal de solidariedade com os professores em luta e divulgação das primeiras informações sobre a adesão à greve no distrito de Castelo Branco, na Covilhã, 23 de janeiro de 2023. A greve foi convocada por oito organizações sindicais: Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Pró-Ordem dos Professores - Associação Sindical/Federação Portuguesa dos Professores, Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (SEPLEU), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (SINAPE), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (SINDEP), Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU). MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA

Fenprof convocou greves distrito a distrito

MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA

As discretas posições partidárias sobre o assunto tornam-se mais claras olhando para o que os próprios têm escolhido comunicar nos seus canais oficiais. No Avante!, o PCP já dedicou vários textos aos protestos dos professores, que apoia fervorosamente, mas mencionando sobretudo as iniciativas levadas a cabo pela Fenprof e outros sindicatos já conhecidos. Já no site do MAS há vários artigos em que o partido defende que “é essencial construir e fortalecer este novo sindicalismo combativo e democrático“.

“Todos sabemos que a UGT é dirigida por uma coligação de dirigentes “sindicais” numa colaboração de acordos do PS com o PSD. Todos sabemos que a CGTP e os sindicatos a si afetos, incluindo, obviamente, a FENPROF, são largamente influenciados por membros do Comité Central do PCP há décadas, um partido que utiliza os sindicatos como correias de transmissão e que os dirige com mão de ferro e burocraticamente”, defende o partido, dizendo que o facto de o S.TO.P, sindicato “minoritário mas democrático”, se ter imposto em pouco tempo é sinal de que a Fenprof “é cada vez mais repudiada” entre os professores.

E conclui, dando o salto do plano sindical para o político: “Também no plano político urge erguer novas forças políticas à esquerda“, argumenta, criticando “a esquerda parlamentar” por andar “em contramão com os trabalhadores”.  Noutro artigo, critica-se a “vergonhosa posição dos sindicatos do sistema e dos partidos da esquerda parlamentar”.

“Em vez de se juntarem às ações, lançaram vigílias confundíveis com as concentrações marcadas primeiramente pelo S.TO.P., numa tentativa de dispersar os professores. O PCP só parece ver as ações convocadas pela FENPROF enquanto que o Bloco – que desde o início esteve (e está) alinhado com a FENPROF – agora, pressionado pela dimensão da mobilização, ao 4º dia de greve mencinou a manifestação do dia 17, esquecendo-se de mencionar a hora”.

Nas redes sociais, um dos principais rostos da promoção do S.TO.P tem sido Renata Cambra, que se destacou ao representar o seu partido, o MAS, nos debates entre partidos sem representação parlamentar  durante as últimas eleições legislativas, em janeiro de 2022.

A luta vai “subir de nível”. Esquerda prepara-se para ano quente

Importante, agora, para a esquerda é organizar-se da melhor forma para o ano que aí vem — e não deixar que os créditos da contestação social caiam em mãos alheias. “Estamos com uma redução do poder de compra muito idêntica ao período da troika“, resume Arménio Carlos, considerando que é “inevitável” que este ano “a luta social suba de nível”.

E, para acompanhar esse nível, os sindicatos novos — incluindo os que o Chega alimentar — precisarão de se acautelar: “A melhor resposta é os sindicatos da CGTP terem capacidade de iniciativa, de auscultação, abertura para ouvirem os trabalhadores e definirem as respostas com eles. Reforçar a sua capacidade de atração e proximidade com os trabalhadores”. Até porque, se isso não for feito, não há espaços que fiquem vazios: “Ou se faz o caminho caminhando ou então é-se ultrapassado no caminho que outros determinaram”, avisa.

O balanço das dificuldades para o sindicalismo tradicional não é animador: “Está cada vez mais difícil, a lei é apertada, dar 1% do salário para as quotas é mais difícil, há menos apoio da comunicação social, serão sempre considerados os sindicatos dos comunistas e dos velhos…”, resume fonte do PCP. “A vida não está fácil para o sindicalismo”.

À saída da liderança do partido, Jerónimo de Sousa tinha, de resto, deixado um aviso subtil. Depois de criticar a “ideia peregrina” do sindicato lançado pelo Chega, questionava, dirigindo-se à CGTP: “O que vai ser o futuro? Como é que se sindicaliza um trabalhador que hoje está num serviço de administração pública e amanhã numa grande superfície? Com todas as dificuldades de organização, de sindicalização é um desafio que a CGTP tem de responder”.

A esquerda vai estando atenta. No editorial do Avante sa semana passada, lê-se uma compilação que os trabalhadores sentem neste momento, do aumento de preços na alimentação e energia às dificuldades em pagar as prestações das casas, apontando para o risco de se “ca­na­lizar justos des­con­ten­ta­mentos para ac­ções in­con­se­quentes e di­vi­si­o­nistas, ali­men­tando falsas al­ter­na­tivas”. Mas o que “marca” o momento social, diz o órgão do PCP, “é o pros­se­gui­mento da luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, que cresce”.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo participa num almoço comício no âmbito da campanha do PCP “O povo a pagar, os lucros a aumentar. Faz das injustiças força para lutar”, promovido pela Organização Regional de Santarém do PCP, realizado no centro cultural e recreativo de Boquilobo, 27 novembro 2022 em Torres Novas. PAULO CUNHA/LUSA

Paulo Raimundo conhece bem o setor sindical, ao qual esteve ligado pelas tarefas que desempenhou no PCP

Paulo Cunha/LUSA

Já esta semana, o editorial defende que “a luta organizada e dirigida a partir da sua organização de classe, o movimento sindical unitário”, ganha importância redobrada nestes tempos, mais uma vez com destaque para as ações da Fenprof: “Uma luta que per­cor­rendo vá­rios sec­tores tem na luta da Fen­prof em de­fesa dos di­reitos dos pro­fes­sores e da es­cola pú­blica uma ex­pres­siva ma­ni­fes­tação de de­ter­mi­nação e or­ga­ni­zação”. Entretanto, a CGTP já marcou um “Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta” para dia 9 de fevereiro, por todos os setores, e a Fenprof agendou nova manifestação de professores para 11 de fevereiro.

Do lado do Bloco, há especial atenção a causas e protestos concretos, como os que se dedicarão a temas que preocupam setores mais jovens, como o clima, os direitos LGBT ou a habitação. Mas o que é certo é que o ano se prevê quente nas ruas e já há uma série de protestos previstos e anunciados como apartidários, como é o caso da manifestação pelo direito à habitação prevista para 1 de abril ou dos protestos organizados pelo movimento Vida Justa, contra os efeitos da inflação (tem manifestação marcada em Lisboa para 25 de fevereiro.

Neste caso, há vários nomes ligados a partidos de esquerda e figuras associadas ao Que se Lixe a Troika, como Paula Gil, Nuno Ramos de Almeida e Tiago Mota Saraiva, e o manifesto “popular” apela à criação de um “programa de crise” para “defender quem trabalha”. O desafio para a esquerda será aproveitar este clima de “raiva e cansaço”, como descreve uma fonte, contra um Governo que se perceciona como frágil, mas que ao mesmo tempo exibe os fundos europeus ou o brilharete das contas certas.

Este é só mais um argumento para pressionar António Costa a ceder em tempo de inflação. Tarefa na agenda da esquerda para os próximos tempos: articular a ação social, com vitórias concretas na rua para que quem protesta veja resultados, com a ação na frente política. Sem deixar créditos por mãos — ou sindicatos — alheios.

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