O cenário habitual já o conhecemos bem: em torno de uma mesa farta e bem regada, alguém levanta um copo, grita “tchim-tchim”, e todos se apressam a retribuir, entre gargalhadas e “muitos anos de vida”, bebendo logo de seguida (para não agourar, já se sabe). Assim são os brindes que repetimos desde sempre e não há festa que se preze sem, pelo menos, um. Mas será que os brindes se devem resumir a ocasiões especiais? Não poderão antes ser feitos quando e onde se quiser para celebrar o que fizer sentido no momento? Podem sim, senhor. E se lhe juntarmos o vinho perfeito, então, está tudo certo, só falta mesmo… brindar.

Qual é o melhor vinho? A resposta poderia ser “depende”, mas não seria honesta. Porque o melhor vinho para um brinde entre gente que se quer bem é necessariamente um que nos eleve e faça sentir vivos, com a frescura de uma gargalhada, mas, simultaneamente, com a estrutura de uma amizade boa. E o vinho que qui assenta na perfeição chama-se Assobio, da Quinta dos Murças, Esporão. Respeitando a tradição vitivinícola da mais antiga região demarcada do mundo – a região do Douro – e produzidos a partir de castas autóctones, os tintos, brancos e rosés Assobio são vinhos versáteis e capazes de se adequar a qualquer momento ou refeição, além de que expressam o lado mais fresco do Douro. Altitude e frescura são, pois, as características que mais se destacam nestes vinhos e aquelas que vamos querer provar e partilhar da próxima vez que brindarmos.

E agora, tchim-tchim

Ilustração: Andrea Ebert

Ilustração: Andrea Ebert

Já temos o vinho, só falta o brinde. E porque não queremos que arranje desculpas para não o fazer, deixamos-lhe aqui várias sugestões. Só tem de se deixar inspirar e desatar a celebrar, porque sim.

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1

Ao lanche

Esqueça a ideia de que um brinde, para se chamar assim, tem de ser feito ao almoço ou ao jantar. Isso já era. Um brinde ao lanche é uma ótima opção e, se não está convencido, ora pense no bom que é poder escolher entre doces e salgados para acompanhar o tilintar do copo. Desde o delicioso bolo de chocolate à broa de milho com queijo da serra, a opção é vastíssima e o melhor é que o anfitrião não vai ter muito trabalho na cozinha, podendo até deixar tudo preparado de véspera para se dedicar por inteiro ao momento.

2

No topo de um prédio

Há que admitir: por mais bela que uma paisagem seja, quando é vista de cima ainda fica melhor. A lei é universal e são inúmeros os locais de onde a vista se regala por poder abarcar tudo com perspetiva, desde miradouros a torres, passando por pontes suspensas. Mas quando tal não é possível, caça-se com gato, que é como quem diz, procura-se o que se tem mais perto. E se mora num prédio com terraço, que tal levar para lá os amigos para um brinde memorável da próxima vez que estiverem juntos?

3

Ao luar

Alô, românticos, este brinde é para vocês. Não será o mais original, mas é dos mais bonitos e inesquecíveis, acreditem. Se o objetivo for impressionar aquele alguém especial, então é preparar tudo e encaminhar o momento do brinde para um local onde a luz da lua domine o cenário. Para o efeito ser mesmo tcharan, é melhor tentar perceber quando será a próxima lua cheia e organizar tudo para bater certo. Mas se o romantismo não for o prato forte de ninguém, também não há problema nenhum, afinal, toda a gente tem um astrónomo amador dentro de si.

4

À beira rio 

Para aproveitar os dias que ainda estão amenos, e antes que o outono chegue para nos mandar a todos recolher a casa mais cedo, pegue na cesta de piquenique e nela coloque uma garrafa de Assobio (mais à frente sugerimos qual), copos para todos e alguma comida para compor o estômago. Objetivo: brindar à beira rio, a desfrutar da paisagem verdejante e a ouvir o som da natureza que corre a um ritmo diferente do nosso. Morar longe de um curso de água não serve de álibi para não o fazer, pois num país com tantos quilómetros de costa, haverá com certeza um lugar onde poderá brindar a ver o mar.

Brinde ao brinde

Não, não estamos a brincar. Mesmo que algumas restrições relativas à pandemia tenham vindo a ser levantadas nos últimos meses, todos nos lembramos bem de como foram duros os meses que passámos encafuados em casa, fartos de erguer o copo a um ecrã. Por isso, este é daqueles brindes obrigatórios. E o motivo é esse mesmo: a possibilidade de brindar no mundo real. No fundo, é um brinde ao brinde. Tchim-tchim!

Para cada prato seu Assobio (e o brinde certo)

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Agora que está mais do que convencido a praticar o brinde como nunca, deixamos-lhe a sugestão de três vinhos, três pratos para harmonizar e o brinde certo para que nada falhe:

Assobio tinto – Produzido com as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, a vindima é manual e as uvas passam por mesa de seleção e desengace, sendo que cerca de 20% do lote estagia seis meses em barricas de carvalho francês. Devido à sua versatilidade, pode ser bebido num brinde ao lanche (acompanha bem queijos, enchidos e chocolate negro) ou num brinde ao luar, mas para este sugerimos um prato de carne ou bacalhau.

Assobio branco – Resulta das castas Viosinho, Rabigato, Verdelho, Gouveio e Códega do Larinho, com as uvas colhidas manualmente, passando por mesa de seleção e estagiando em cubas de inox sobre borras finas. Devido ao seu aroma intenso e muito fresco, alinha bem com refeições ligeiras, por exemplo, uma salada verde com camarões ou uns wraps de salmão, como aqueles que vai levar para o brinde que fizer à beira rio.

Assobio rosé – Surge da mistura de Rufete, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinto Cão. A vindima é manual e a vinificação acontece em cubas de inox, após seleção na mesa de escolha. No aroma sobressaem os frutos vermelhos e algumas notas vegetais, o que lhe confere maior frescura, tornando-o indicado para acompanhar o frango assado que levar para o brinde no jardim ou, até, para as tapas com que celebrar o início do fim de semana.

Desde os gregos e romanos

Mas se todos estamos mais ou menos familiarizados com isto de como se fazem brindes, o que nem todos sabemos é que este é um hábito milenar, havendo registo da prática entre os antigos hebreus, persas, fenícios e egípcios. Já outras teorias asseguram que brindar era uma forma de os gregos antigos e romanos não só pedirem pela saúde e prosperidade uns dos outros, como de zelarem pela sua própria vida. É que, naqueles tempos, o envenenamento seria prática comum e constatar que todos bebiam do mesmo vinho sempre dava alguma confiança. Tentativas de assassínio à parte, brindar sempre foi usado, ao longo dos tempos, como um ritual para formular desejos e isso explica a razão por que se erguem os copos de vinho, numa tentativa de chegar às divindades a quem assim se faziam oferendas simbólicas. Já quanto à algazarra que normalmente acompanha um brinde, também para esta há explicação e não, não se prende só com a alegria do momento. Conta-se que, na Idade Média, as pessoas gritavam quando tilintavam os copos com a intenção de afastar os maus espíritos e havia até quem derramasse um pouco de vinho no chão para que aqueles também bebessem e deixassem os convivas em paz.

Mas independentemente das razões que deram origem ao brinde, o que se sabe é que, quando se bebe, todos os sentidos estão envolvidos e exaltá-los é o que acontece no momento na libação (que é o mesmo que dizer quando se bebe em honra de algo ou alguém): as pessoas olham-se nos olhos e sorriem, os votos são gritados, os cheiros e os sabores intensificam-se e, por fim, os copos tocam-se, simbolizando uma espécie de abraço coletivo de celebração pelo momento e pela união entre todos os presentes. E isso dá saúde!