790kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

GettyImages-462898048
i

WireImage

WireImage

O anti-herói, o rebelde, o renascido e agora o crítico musical: as canções que construíram Bob Dylan

"A Filosofia da Canção Moderna" é o livro em que Dylan escreve sobre 66 temas que o influenciaram. O Observador faz a pré-publicação, com dois textos, sobre Frank Sinatra e Carl Perkins.

Cada uma das 66 canções escolhidas por Bob Dylan para este livro tem uma história. Tem também autores, compositores e intérpretes. E tem depois a narrativa que o próprio Robert Zimmerman construiu enquanto a ouvia, antes e depois de ser Dylan. É o cruzamento dessas diferentes verdades, cada uma no seu ritmo, que compõem “A Filosofia da Canção Moderna”, livro publicado originalmente no ano passado e que está à venda na versão portuguesa (Relógio D’Água, tradução de Pedro Serrano e Angelina Barbosa) a partir de 24 de fevereiro.

Nada disto é novo. Esta viagem pela história da canção americana é uma constante para Dylan — de forma indireta, está na obra que sempre construiu, mas também é óbvia e direta em programas de rádio como “Theme Time Radio Hour” ou nas gravações que fez com a sua interpretação de um cancioneiro tão vasto e inescapável. O que é novo é a forma como aborda a relação pessoal com as canções, contando-nos histórias, fazendo viagens no tempo através das palavras e tornando as reflexões públicas.

Das várias lições de história que são estes textos, escolhemos dois para fazer a pré-publicação de “A Filosofia da Canção Moderna”, um sobre “Strangers in the Night”, canção popularizada por Frank Sinatra, e “Blue Suede Shoes”, de Carl Perkins, que o próprio gravou antes de Elvis Presley a ter transformado num sucesso clássico.

A capa da edição portuguesa de "A Filosofia da Canção Moderna", de Bob Dylan, publicada pela Relógio D'Água a 24 de fevereiro

“Strangers in the Night”, Frank Sinatra

Editada originalmente como single (Reprise, 1966)
Música: Bert Kaempfert
Letra: Charles Singleton e Eddie Snyder

A canção do lobo solitário, o marginal, o estranho, o estrangeiro e o noctívago que está a aldrabar nos negócios, pondo tudo à venda e rendendo-se ao seu egoísmo. A caminho sem destino pela escuridão lúgubre — cortando às fatias a torta das emoções sentimentais, dividindo-as constantemente em pedaços, a trocar olhares penetrantes e perscrutantes com alguém que mal conhece.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Vadios e vagabundos, objecto de afeição um do outro, extasiados um pelo outro e a fazer uma aliança — ignorando todas as eras do homem, a era de ouro, a era electrónica, a era da ansiedade, a era do jazz. Estás aqui para contar uma história diferente, de outra espécie. Tens uma personalidade dura, como uma meia carcaça de vaca, e estás desperto e estimulado, com um sorriso de orelha a orelha como um gato de Cheshire, e repensas toda a tua vida informe, todo o teu ser se enche com o aroma desta ambrósia inebriante. Algo no teu espírito vital, na tua pulsação, algo que corre no sangue, te diz que tens de ter este sentimento de amor terno agora e para sempre, essa essência do amor devotado bem apertada na tua mão — isso é fundamental e imprescindível para continuares vivo e enganares a morte.

Intrusos, cromos, chanfrados e vilões, nesta escuridão lúgubre e sem vida, lutam por espaço. Duas pessoas alienadas e sem raízes, introvertidas e isoladas, abriram a porta uma à outra, disseram Viva, Olá, Como vais, Boa Tarde. Como podias ter sabido que a beijoquice e a marmelada, eros e adoração, estava só à distância de uma pausa na dança — uma mirada com olhos esbugalhados do outro lado, um olhar lascivo —, que desde então, nesse momento da verdade, ficastes inebriados, caidinhos, o maior desejo um do outro. Amorzinhos e queridos desde o começo. Desde a espreitadela de soslaio inaugural, a origem — o ponto de partida. Agora estais amarrados juntos, uma só carne perpetuamente — pela vasta eternidade — imortalizados.

No dia em que Frank Sinatra entrou no estúdio para gravar “Strangers in the Night”, a 11 de Abril de 1966, já cantava como profissional há trinta e um anos, e gravava discos desde 1939. Vira as tendências da música popular chegar e partir, de facto ele próprio determinara tendências e, ao longo de décadas, gerara montes de imitadores.

Mesmo assim, foi espantoso que a banda sonora do Verão de 1966, de acordo com a edição de 2 de Julho do Billboard Hot 100, fosse encimada por essa cançoneta pop. Surpreendentemente, a meio da Invasão Britânica, “Strangers in the Night”, pelo próprio Hoboken, destronou “Paperback Writer”, dos Beatles, e “Paint It Black”, dos Rolling Stones. Hoje em dia, as listas de êxitos estão tão estratificadas e comercializadas por nichos que nunca se veria acontecer nada disto. Actualmente, todos ficam na sua viela, garantindo a si próprios as honras principais na sua própria categoria, mesmo que essa categoria seja algo como o Top Klezmer de Interpretação Vocal Numa Banda Sonora Heavy Metal Que Inclui Samples de Americana.

Mas Frank tinha de andar à bulha com toda a gente por causa dela, apesar de “Strangers” ser uma canção que detestava, uma dessas que ele regularmente descartava como sendo “uma merda”. Mas, não esqueçamos, Howlin’ Wolf, alegadamente, disse uma vez o mesmo a propósito da sua primeira guitarra eléctrica e os irmãos Chess puseram a citação em letras garrafais na capa de um dos seus álbuns.

Frank pode ter detestado a canção, mas o que é certo é que a escolheu. E é aí que reside uma história. Antes de termos ouvido “Strangers in the Night”, já a canção tinha passado por pelo menos duas versões da letra e algumas pessoas tinham já reclamado a sua autoria. É uma história confusa que abarca um par de continentes. Apresento-a aqui em nome dos interesses do entretenimento e não ponho as mãos no fogo pela sua veracidade.

A canção foi apresentada a Frank Sinatra. De acordo com a lenda, Frank pediu que a letra fosse mudada. Charles Singleton e Eddie Snyder foram chamados. Levaram com eles a melancólica canção sobre amantes separados chamada “Broken Guitar” [Guitarra Quebrada] e voltaram uma semana depois com “Strangers in the Night”.

Muitos fumadores de charuto têm disfrutado dos Avo XO, um belo charuto dominicano. A conhecida tabaqueira Davidoff, de Genebra, apresentou-os ao mundo e agora mais de dois milhões são vendidos por ano. Estes charutos foram fonte de recuperação de rendimento para um músico arménio, um imigrante de Beirute a viver em Nova Iorque, que se sentia burlado no que dizia respeito aos dividendos de uma composição que atingira o topo das listas de sucessos musicais.

Em novo, Avo Uvezian era pianista de jazz, tocando o seu caminho através do Médio Oriente durante o início dos anos quarenta, a certa altura ensinando o Xá do Irão, Reza Pahlavi, a dançar o swing correctamente. Com a ajuda agradecida do Xá, Uvezian mudou-se para Nova Iorque em 1947 e matriculou-se na Juilliard School of Music.

É aqui que a história se torna pouco clara. Segundo Uvezian, ele mandou uma das pequenas melodias que compôs à única pessoa que conhecia na indústria musical — o maestro e compositor alemão Bert Kaempfert. Hoje, essa melodia, sob o título “Strangers in the Night”, está listada como uma composição de Bert Kaempfert.

De uma maneira ou de outra, a canção foi apresentada a Frank Sinatra. De acordo com a lenda, Frank pediu que a letra fosse mudada. Charles Singleton e Eddie Snyder foram chamados. Levaram com eles a melancólica canção sobre amantes separados chamada “Broken Guitar” [Guitarra Quebrada] e voltaram uma semana depois com “Strangers in the Night”. Curiosamente, Charles Singleton também co-escreveu “Tryin’ to Get to You”, uma canção gravada em 1954 pelo grupo vocal The Eagles, de Washington DC. A canção foi de novo gravada no ano seguinte por Elvis Presley enquanto estava na Sun Records.

GettyImages-517724332

No dia em que Frank Sinatra entrou no estúdio para gravar “Strangers in the Night”, a 11 de Abril de 1966, já cantava como profissional há trinta e um anos, e gravava discos desde 1939

Bettmann Archive

Outras pessoas também fizeram alegações contra a autoria “Strangers in the Night” por Bert Kaempfert. Uma delas foi feita pelo cantor croata Ivo Robié e outra pelo compositor francês Philippe Gérard, no entanto, nenhuma delas se aguentou tão bem como a reclamação de Avo Uvezian.

E quanto a ele, o seu nome não consta na etiqueta da gravação, mas está numa grande quantidade de cintas de charutos. Manteve uma boa atitude e viveu alegremente até aos noventa anos. Embora tivesse posto de lado o negócio da música, não pôs a música de lado, tocando com regularidade e entretendo os amigos com o seu piano enquanto gozava os milhões de dólares provenientes dos charutos suíços. Nem todas as histórias têm de ter finais tristes.

Tanto quanto sei, jamais alguém contestou a autoria do sucesso de Frank a partir do ano seguinte, “Somethin’ Stupid”, embora valha a pena mencionar que foi escrito pelo irmão mais velho de Van Dyke Park, Carson.

“Blue Suede Shoes”, Carl Perkins

Editada originalmente como single (Sun, 1956)
Música e Letra: Carl Perkins

Esta canção é o aviso de que algo de mal vai acontecer, carregada de um significado ameaçador — um sinal para penetras, bisbilhoteiros e invasores — não metas o nariz aqui, mete-te na tua vida e, faças o que fizeres, fica longe dos meus sapatos.

Gostarias de estar de bem com toda a gente, mas vamos encarar a coisa, há uma dureza intrínseca em ti que pode passar despercebida e pode ser francamente desagradável quando se trata dos teus sapatos. Especialmente quando se trata dos teus sapatos.

Os teus sapatos são a tua alegria e o teu orgulho, sagrados e queridos, a tua razão de viver, e quem quer que seja que os risque ou danifique está a pôr-se em perigo, por acidente ou por ignorância, não interessa. É a única coisa na vida que não vais perdoar. Se não acredita em mim, pise-os, esteja à vontade — não vai gostar do que acontece.

Dás-te bem com a maior parte das pessoas, aguentas muita coisa e dificilmente és apanhado desprevenido, mas os teus sapatos são outra coisa. Minudências podem aborrecer-te, mas supera-las. Seres maltratado, levares uma carga de porrada, seres criticado e desacreditado, mas não dás importância a isso, nada é tão real para ti como os teus sapatos. São inestimáveis e para além de qualquer valor monetário.

Pode levar tudo e não pense mais nisso, incendiar-me as paredes, roubar-me a massa, assaltar o meu carro, transformar-me a casa num incêndio gigantesco, mas tenha cuidado quando se trata dos meus sapatos, estão para além da medida. Não têm preço, não têm preço de venda. Tenha cuidado para não os riscar ou roçar da maneira errada. Se quer viver e saber como viver, vai ficar longe dos meus sapatos. Não estás a debitar paleio de gajo durão, estás apenas a dizer o que é importante e o que não é — também pode beber a minha pinga, chupar o meu fluido vital, engolir tudo, de bota abaixo, um gole atrás do outro, beba até cair redondo. Mas para mim tudo isso é mais ou menos banal, só não risque ou pise os meus sapatos. Fique longe deles, não seja burro.

Estes sapatos são potentes. Conseguem prever o futuro, achar objectos perdidos, tratar doenças, identificar perpetradores de crimes, tudo isso e ainda mais, e estou a traçar a linha no que se refere a mexer neles. São de valor inestimável, valem o seu peso em ouro, e você está a ser avisado. Não os pise, vai servir de exemplo — haverá repercussões, posso garanti-lo.

Estes sapatos não são como outras coisas enfadonhas que perecem ou mudam ou se transformam. Simbolizam igreja e estado, e têm neles a substância do universo, nada me beneficia mais do que os meus sapatos. Respondem a todas as minhas perguntas parvas. Posso andar oito mil milhas neles. São selvagens e reparam em tudo. Nunca me afasto e os deixo em qualquer lado, e eles também nunca me vão deixar.

Nem se movem nem falam, no entanto vibram com vida e encerram o poder infinito do sol. Continuam tão bons como no dia em que os encontrei. Talvez tenha ouvido falar deles, sapatos de camurça azul. São azuis, azulão. Não são de um azul tristonho, são de um azul espaventoso, tal como a lua é azul, são preciosos. Não tente sufocar o seu espírito, tente ser um santo, tente ficar tão longe deles quanto puder.

Pobre Carl Perkins, vendo de uma cama de hospital Elvis Presley a cantar a sua canção “Blue Suede Shoes” na TV, em 1956. Por essa altura, a versão de Carl tinha vendido meio milhão de cópias, mas um acidente de automóvel a caminho do The Perry Como Show abrandou-lhe o ímpeto da carreira e nunca o recuperou verdadeiramente.

Há mais canções sobre sapatos do que sobre chapéus, calças e vestidos tudo junto. Os do Ray Price continuam a caminhar de volta a ele, Betty Lou arranjou um par novo, Chuck Willis não queria pendurar os dele, Bill Anderson pregou um par ao soalho e os Drifters têm areia nos deles. Sugar Pie DeSanto cantou sobre mules e Run-DMC sobre os seus Adidas. Há canções sobre sapatos novos, sapatos velhos, sapatos enlameados, sapatos de corrida, sapatos de dança, sapatos vermelhos junto à drugstore e o ol’ soft-shoe.

Os sapatos revelam carácter, posição e personalidade. As mães costumavam aconselhar as filhas de que podiam saber muito sobre um homem pelos seus sapatos. Numa das versões de O Príncipe e o Pobre, o príncipe é denunciado pelos sapatos, que não mudou com a restante roupa porque não desejava sacrificar o bem-estar do seu calçado bem confeccionado. A Cinderela foi identificada pelo tamanho do seu sapatinho de cristal.

Felix Edmundovich Dzerzhinsky, também conhecido por Felix de Ferro, companheiro de confiança de Lenine e Estaline, liderou a polícia secreta soviética dos primeiros tempos, conhecida por Cheka. Durante o Terror Vermelho, o começo da Guerra Civil Russa, em 1918, Lenine perguntou-lhe por quantas execuções era a Cheka responsável. Dzerzhinsky sugeriu que contassem o número de sapatos e o dividissem por dois.

Mas, apesar de tudo o que os sapatos revelavam, não abriam mão dos seus segredos facilmente. É coisa recente o vestuário, incluindo o calçado, ostentar o nome do fabricante. A roupa de trabalho fazia-o com frequência — veja-se a garantia de durabilidade dos jeans Levi Strauss, por exemplo. Mas quanto melhor a roupa, mais discretamente proclamava a sua linhagem. O pé ocultava a assinatura na palmilha e nada era revelado pela língua, como no código de omertà da Máfia.

GettyImages-74178745

Carl era demasiado o “rapaz-do-campo” para a coroa do rock and roll

Getty Images

Claro, pode percorrer-se a Fourteenth Street, ou o correspondente mercado de pechinchas em qualquer cidade, e comprar um par de Pradas, Bruno Maglis, ou Stacy Adams de imitação, mas não a ponto de enganar os conhecedores. Não foi necessário ver o nome para reconhecer a qualidade inferior do trabalho, vinil em vez de cabedal, o prensado da pele de crocodilo falsa. Snoop Dogg nunca acharia as imitações perfeitas, tampouco escreveria uma canção sobre elas.

Quando se é novo, é difícil ter-se dinheiro suficiente para ter o carro mais bonito das redondezas. Ou a maior casa. Mas talvez se consiga ter os sapatos mais fixes. Eles tornam-se um motivo de orgulho. E vale a pena cuidar deles.

Antigamente, os sapatos de couro eram mantidos impecavelmente limpos, carinhosamente tratados com um pano de flanela, engraxados e polidos de cada vez que eram calçados. Era importante mantê-los como se parecessem acabados de estrear.

Pode traçar-se a linhagem de sapatos virginais ao extremo até à prática chi-nesa de enfaixar os pés, em que é aplicada pressão sobre os pés de uma menina até poderem ajustar-se à forma e tamanho dos minúsculos e tradicionais sapatos de lótus, uns notáveis e horríveis dez centímetros, aproximadamente.

Mais recentemente, havia os sapatos de nobuck brancos, um calçado tão orgulhoso da sua superfície imaculada que vinha com uma pequena escova para apagar qualquer marca da existência. E não podemos esquecer os sapatos de camurça azul. Alguma vez um calçado proclamou a sua frivolidade mais alegremente? Alguma vez alguma peça de roupa disse com maior clareza que não foi concebida para o campo, que não foi feita para pisar merda de porco?

Pobre Carl Perkins, vendo de uma cama de hospital Elvis Presley a cantar a sua canção “Blue Suede Shoes” na TV, em 1956. Por essa altura, a versão de Carl tinha vendido meio milhão de cópias, mas um acidente de automóvel a caminho do The Perry Como Show abrandou-lhe o ímpeto da carreira e nunca o recuperou verdadeiramente. Mas, se calhar, ele nunca esteve destinado a ser o rei do rock and roll. As suas baladas, como “Sure to Fall”, eram dolorosamente belas, mas, no fundo, saloias. Canções como “Tennessee” estavam certamente a mundos de distância de “Promised Land”, de Chuck Berry, indo tão longe como o vangloriar-se de que “construíram a primeira bomba atómica no Tennessee”. Carl era demasiado o “rapaz-do-campo” para a coroa do rock and roll.

Elvis, por outro lado, era todo olhos sombrios e malares salientes, nascido no interior, mas citadino, camionista, de ancas meneantes e com um feroz odor a perigo. O Carl escreveu esta canção, mas se hoje Elvis fosse vivo, seria ele a ter um contrato com a Nike.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora