As estruturas posicionaram-se, houve quotas pagas em massa e algumas variações em concelhias-chave, mas a corrida aos apoios termina como começou: com Rangel na frente e principal favorito à vitória no PSD. O próprio Rui Rio admitiu essa vantagem nas estruturas numa entrevista ao jornal Público: “É notório que, do ponto de vista do aparelho partidário, a candidatura do dr. Paulo Rangel tem mais do que eu.” Pagas as quotas, feitas as contas, o eurodeputado continua, como há um mês, favorito no G4 (as quatro maiores distritais): Rio ainda luta por Aveiro, conseguiu encurtar distâncias em Braga (à boleia de um crescimento de Barcelos), mas Lisboa e Porto mantêm-se em força ao lado de Rangel e com um peso eleitoral praticamente intacto nas contas totais.

Há outras indicações relevantes que reforçam o favoritismo de Rangel: nas dez maiores concelhias do país tendo em conta os militantes em condições de votar — a maioria delas maiores do que muitas distritais — Rangel é favorito a vencer em nove e Rio apenas numa. Estas dez concelhias representam 11.951 votantes de um total de 46.016 militantes inscritos nos cadernos eleitorais. Ou seja: representam mais de 25% dos votos totais.

Neste top 10, que representa um quarto da votação total, Rio é o favorito na agora toda-poderosa Barcelos (1750 votantes), mas Rangel é o favorito na ainda maior concelhia de Lisboa (2207), no Porto (1284), Famalicão (1258), Gaia (1181), Vila Verde (1103), Cascais (920), Santa Maria da Feira (908), Maia (727) e Coimbra (713). Ressalva: isto não são votos certos nos dois candidatos, mas sim o universo eleitoral em cada uma das concelhias. Rio continua a apostar tudo no “voto livre”, mas a sua estrutura de campanha (à semelhança da de Rangel) não deixou de tentar arregimentar sindicatos de votos. O pagamento de quotas nos últimos dias, bem como as movimentações das últimas semanas, mostram que o cacique anda à solta de ambos os lados.

Do ponto de vista das distritais, Rangel também leva larga vantagem. Desde logo, no relevante G4: Rangel é favorito em Lisboa, Porto e Braga (apesar do balão de oxigénio Barcelos) e disputa com Rio a distrital de Aveiro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nas 10 distritais intermédias (que têm entre 1000 e 2000 militantes), Rangel é agora favorito em cinco delas: Viseu, Coimbra, Guarda, Faro e Setúbal. Já Rio tem o apoio dos líderes distritais em apenas três: Vila Real, Bragança e Viana do Castelo. Sobra Santarém, onde Rangel também tem o apoio do líder distrital (mas os apoiantes do atual líder tornaram Rio Maior à 25ª hora na maior secção do distrito e podem disputar o distrito) e em Leiria a distrital não tomou posição, embora Rangel conte com apoios como o antigo líder distrital Rui Rocha ou a ex-líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes.

Os Açores, que valem menos do que as 10 distritais intermédias, devem cair para Rui Rio. Já a Madeira — que pode fazer estragos com quase três mil votos — está a ser disputada por ambos os candidatos. Nas distritais mais pequenas — e por isso menos relevantes para as contas finais — Lisboa Área Oeste deve cair para Rio, tal como Évora. No mesmo campeonato, Rangel conta, no entanto, com Castelo Branco e Beja. O líder da JSD, Alexandre Poço, declarou igualmente o apoio a Rangel, embora a “jota” não vote numa lógica de estrutura, estando os seus membros espalhados pelas concelhias onde estão inscritos.

Porto: Rangel mantém força e ainda tem pequeno reforço na maior distrital

Paulo Rangel mantém uma vantagem folgada no distrito do Porto. O eurodeputado acredita na vitória em pelo menos 18 das 19 concelhias do distrito. A exceção é a Póvoa de Varzim, onde o líder da concelhia é um dos vice-presidentes da bancada do PSD e apoiante de Rui Rio, Afonso Oliveira. E, mesmo na Póvoa, Rangel conseguiu ir buscar o apoio de Aires Pereira, o presidente da câmara local.

O crescimento no número de militantes do Porto não foi muito significativo (aumento de 234 votantes face a 2020), mas mantém-se como a maior distrital (7858 militantes, que corresponde a mais de 17% do universo eleitoral). Esta realidade, num distrito dominado por Rangel, contribui para que o eurodeputado continue a ser o favorito à vitória tendo em conta o posicionamento das estruturas concelhias e distritais. Aliás, é o Porto, em conjunto com Lisboa e importantes concelhias de Braga, que catapultam Rangel para o favoritismo a nível nacional.

No distrito estão a terceira (o Porto, com 1284 votantes) e a quarta (Gaia, com 1181) maiores concelhias a nível nacional. E também elas tiveram um crescimento a registar: há mais 119 votantes em Gaia e mais 93 votantes no Porto. Mas mais importante que isso é que estas duas concelhias, que devem cair para Rangel (embora Rio acredite que pode equilibrar no que chama de “voto livre”) representam em conjunto quase 2500 votos — quase um terço dos votantes do distrito.

Apesar da concelhia da Maia, que também está do lado de Rangel, ter tido uma quebra de 99 militantes, continua a ter 727 militantes em condições de votar. A quebra da Maia é compensada pelo acréscimo em Lousada, terra do antigo líder da JSD Simão Ribeiro, que está do lado de Rangel e tem na concelhia mais 90 militantes em condições de votar (são 382 no total). Uma outra concelhia acima dos 500 votos no distrito, a Trofa, está também com Rangel e perdeu apenas 6 militantes (são 576).

Rangel conseguiu o mais importante relativamente a 2020: que o Porto não perdesse peso. E ainda conseguiu reforçar Porto e Gaia. Rio confia que consegue furar a mobilização dos dirigentes locais e distritais que estão de forma esmagadora ao lado do eurodeputado.

Braga: Rio provoca mossa em Barcelos, mas Rangel continua a liderar

Barcelos torna-se a segunda maior concelhia

É um pequeno contratempo para Rangel e foi uma das surpresas de última hora: a concelhia de Barcelos foi insuflada com o pagamento em massa de quotas e tornou-se, nos cadernos eleitorais, a segunda concelhia do país com mais votantes nestas diretas (1750 militantes, o que corresponde a quase 4% do universo eleitoral). Rui Rio tem dito que não aposta no aparelho (apenas no “voto livre” dos militantes), mas este reforço de votos em Barcelos — que só é possível realizar com o apoio de dirigentes locais — deu-lhe um importante reforço.

Barcelos aumenta em 683 o número de eleitores face às últimas diretas e mais de metade deste aumento aconteceu perto do final do prazo para pagamento de quotas. Foram 320 militantes que pagaram quotas nesta concelhia nos últimos três dias em que foi possível regularizar a situação. A concelhia ganhou uma especial relevância nas últimas autárquicas, já que o PSD conseguiu vencer a câmara local e várias juntas de freguesia. Tanto o presidente da concelhia, António Lima, como o presidente da câmara Mário Constantino, apoiam Rui Rio, que tem em Carlos Eduardo Reis o principal player em Barcelos.  Espera-se, por isso, que a votação ocorra de forma massiva em Rui Rio.

Guimarães, a outra concelhia das cinco do distrito acima dos 500 votantes afeta ao atual líder, também cresceu: tem agora 535 militantes em condições de votar nas eleições internas, mais 121 do que em 2020. A tendência de vitória é para Rui Rio, que conta com o apoio do presidente da concelhia, Bruno Fernandes, e tem ainda como trunfo André Coelho Lima, vice-presidente do partido e um dos homens fortes de Rio. Rangel tem do seu lado o vice-presidente da concelhia e vereador da autarquia, Ricardo Araújo, e o deputado Emídio Guerreiro, mas não será suficiente para contrariar o favoritismo de Rio junto da estrutura vimaranense.

Este crescimento de 824 votos em concelhias afetas a Rio e a quebra de 141 votantes em Vila Nova de Famalicão, afeta a Paulo Rangel, tem um impacto de quase um milhar de votos. Apesar disto, Rangel continua favorito porque a vantagem já era grande no distrito antes deste ajuste nas contas finais.

Autarcas e duas secções acima de mil votos mantêm favoritismo de Rangel

O que continua a dar, então, vantagem a Rangel? Apesar de uma  quebra no número de votantes, a concelhia de Vila Nova de Famalicão vale 1258 votos e continua a cair para Rangel. Paulo Cunha — o líder da distrital e homem forte de Famalicão que se posicionou sempre do lado dos anti-Rio — não tomou posição pública, mas o presidente da câmara, Mário Passos, é um dos apoiantes de Rangel.

Aliás, oito dos nove presidentes de câmara que o PSD tem no distrito apoiam Rangel: Braga, Amares, Celorico de Basto, Esposende, Vila Nova de Famalicão, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde. Rio tem o apoio de um: Mário Constantino, em Barcelos. Apesar de publicamente assumirem um certo distanciamento por ocuparem cargos públicos, os autarcas têm uma importância grande na mobilização de militantes para as votações. De todos estes, há mais duas concelhias que se destacam e caem igualmente para Rangel: Vila Verde e Braga.

O eurodeputado e um dos maiores apoiantes de Paulo Rangel em Braga, José Manuel Fernandes, teve um papel importante e foi uma machadada para Rio face às últimas diretas. A concelhia que apoia Rangel que mais cresceu em termos de votantes absolutos foi precisamente Vila Verde. A concelhia do PSD tem agora 1103 militantes, mais 200 do que nas últimas eleições diretas. Não só José Manuel Fernandes é uma das figuras mais influentes (é lá que vive e foi presidente de câmara), como a atual presidente de câmara é a sua mulher, Júlia Fernandes. Para se ter ideia do peso destas duas concelhias que pendem para Rangel, Vila Verde e Vila Nova de Famalicão em conjunto representam mais de 5% do universo eleitoral a nível nacional.

Braga cresceu pouco relativamente a 2020 (apenas mais 30 votantes), mas tem um número de militantes relevante. São 645 votos que, de forma maioritária, devem cair para Paulo Rangel. Além do presidente da autarquia, Ricardo Rio — que é mandatário distrital –, o eurodeputado conta com o apoio de outras fações locais, como é o caso de Hugo Soares (sempre alinhado com o presidente do PSD/Braga, João Granja) que já manifestou o apoio ao eurodeputado.

Lisboa despromovida a terceira distrital, mas importante para contas Rangel

Com o novo acerto de contas, Lisboa deixa de ser a segunda maior distrital em termos de peso eleitoral: tem menos 417 votantes do que a distrital de Braga, que teve o tal crescimento impulsionado pelo acréscimo de votantes em Barcelos e Vila Verde. Ainda assim, a distrital mantém a sua relevância, representando 13% do universo eleitoral. Rangel é dominante, mas Rio (tal como acontece no Porto) acredita poder furar como fez há dois anos: conseguiu cerca de 35% dos quase quatro mil votos expressos.

Os apoiantes de Paulo Rangel são — com uma ou outra alteração — os apoiantes que há dois anos deram a vitória a Miguel Pinto Luz na primeira volta das diretas. A distrital de Lisboa e a esmagadora maioria das concelhias estão com Rangel.

A concelhia de Lisboa mantém-se, de longe, como a mais importante do distrito. É a maior do país e conta com 2206 militantes em condições de votar nas próximas diretas (são menos 45 do que em 2o20) — o que continua a favorecer Rangel, que tem uma confortável vantagem. As fações habitualmente em guerra na concelhia (Luís Newton e Paulo Ribeiro) estão ao lado de Rangel e a família Gonçalves continua em rutura com Rui Rio, pelo que deve alinhar também com o eurodeputado. Ou seja: os maiores angariadores de votos de Lisboa estão com Rangel.

O líder da distrital, Ângelo Pereira, tinha decidido não se pronunciar enquanto não fosse a votos na reeleição para aquele órgão. Ganhou de forma folgada, mas ainda não se pronunciou. Ainda assim, os sinais são de que a distrital de Lisboa (incluindo o seu presidente) estão a trabalhar para Rangel.

A segunda mais importante concelhia é Cascais, que cresceu e tem agora 920 militantes em condições de votarem (eram 814 há dois anos). O eixo Pinto Luz-Carreiras deve ser suficiente para que Rangel vença a concelhia, embora Rio tente furar por via do grupo de Ricardo Batista Leite.

A concelhia que mais cresceu foi, no entanto, Sintra. Enquanto Cascais conta com mais 106 votos, Sintra tem mais 185 votantes do que tinha em 2020. A concelhia liderada por Ana Sofia Bettencourt está há muito desalinhada com a direção de Rui Rio.

Como o Observador já tinha registado na contagem de espingardas que fez há um mês, este será um distrito para Paulo Rangel conseguir ganhar vantagem significativa a Rio. Montenegro conseguiu uma vantagem de 1182 votos na segunda volta. Uma vantagem similar pode ser preciosa para o eurodeputado.

Aveiro: distrito divido apesar do trabalho intensivo de Salvador

A distrital de Aveiro cresceu pouco em termos globais face a 2o20, com um aumento de apenas 143 votantes: são agora 4499. Relativamente às oscilações de votos no número de quotas pagas relativamente a 2020, Rio tem agora mais potenciais votantes — devido à ação de Salvador Malheiro, que continua a fazer crescer Ovar — mas Rangel também viu Aveiro crescer e Santa Maria da Feira manter-se como a concelhia mais importante no distrito. Tudo renhido nesta importante distrital.

A maior oscilação em votos absolutos no distrito foi na concelhia de Aveiro, que tem agora 647 votantes, mais 89 do que há dois anos. O líder da concelhia, Vítor Martins, apoia Paulo Rangel. Na última disputa, a secção partiu-se ao meio, mas um dos grandes dinamizadores da fação oposta à de Martins era Jorge Ratola (então próximo de Ribau Esteves), mas este foi há um mês nomeado chefe de gabinete de Emídio Sousa, presidente da câmara de Santa Maria da Feira e um dos maiores apoiantes de Rangel no distrito. Do lado de Rio nesta concelhia contam, precisamente, os votos que Ribau Esteves, o presidente de câmara, conseguir angariar.

Se Rio ainda pode pensar em ir buscar votos em Aveiro, mais difícil será para Rangel furar em Ovar. Salvador Malheiro conseguiu aumentar a relevância da sua concelhia, que passou a fasquia dos 500 votos e tem agora 554 militantes em condições de votar, mais 76 do que há dois anos. Este crescimento é importante para Rio, porque se espera que seja absolutamente hegemónica (teve 90% na segunda volta das últimas diretas).

Mas Rangel consegue equilibrar o distrito porque tem a concelhia mais importante: Santa Maria da Feira. A concelhia só tem mais 11 militantes em condição de votar do que há dois anos, mas mantém-se como a maior, com 908 possíveis votantes. O presidente da autarquia e da concelhia, Emídio Sousa, apoia Paulo Rangel.

Vagos, terra do montenegrista Silvério Regalado, e São João da Madeira continuam a pender para Rangel. Em Espinho, as tropas do montenegrista Pinto Moreira perderam força depois do desaire autárquico e a concelhia de Luís Montenegro deve partir-se ao meio.

O resto do país (que não é paisagem)

O chamado G4 (as quatro maiores distritais) tem mais de metade dos militantes com poder de voto nos cadernos eleitorais: 52,88% do universo eleitoral. São 24.664 militantes com poder de voto num total de 46.016 que constam dos cadernos eleitorais. Ainda assim, o resto do país tem a outra metade dos eleitores.

Madeira divida tem mais 900 (que na verdade são mais 2721), Açores têm alinhado com Rio

Os “votos da Madeira” foram o psicodrama das diretas de 2020. Em julho de 2019, o Conselho Nacional do PSD aprovou novas regras de pagamento de quotas que excluíam por completo a possibilidade de existirem pagamentos em dinheiro vivo. Quando chegou a altura das diretas, o PSD-Madeira, que tem um estatuto e uma autonomia próprios, comprou um braço de ferro com a sede nacional e decidiu ignorar essas regras. Resultado: apesar dos cerca de dois mil inscritos para votar, os votos da Madeira foram considerados nulos nessas eleições.

Desta vez, a Madeira conta mesmo e, em vez dos 1800 que não contavam em 2020, tem agora 2721 militantes em condições de votarem nas diretas. O PSD-Madeira está dividido. Miguel Alburquerque decidiu não se comprometer publicamente com nenhum dos candidatos. Rui Rio tem o apoio do antigo líder regional Alberto João Jardim, e Paulo Rangel conta com Rui Abreu, ex-secretário-geral do PSD-Madeira, que já tinha estado com Miguel Pinto Luz na primeira volta das diretas de 2019 e que, nessa altura, fez uma expressiva demonstração de força: dos 1712 militantes que de facto votaram, Pinto Luz teve o voto de 863 votos, mais do que Rio e Montenegro somados.

Os Açores também tiveram um reforço do número de militantes em condições de votar: são mais 100 do que há dois anos. A região deverá cair para Rui Rio e é ao lado do atual líder que têm votado os conselheiros nacionais indicados pelo PSD/Açores. Ainda assim, ao contrário do que era a expectativa inicial dos apoiantes de Rio, José Manuel Bolieiro decidiu não declarar apoio a nenhum dos candidatos. Rangel também tem alguns homens do terreno, mas a região pende para Rio.

Rangel tem a maioria de 10 distritais intermédias

A seguir ao G4 (Porto, Braga, Lisboa e Aveiro) há 1o distritais que têm entre 1000 e 2000 votos, onde Rangel também leva vantagem. Em Leiria (1965 votos), o novo líder distrital não tomou posição. Segue-se Viseu (1847 votos), onde Paulo Rangel conta com o importante apoio do líder distrital Pedro Alves. Também em Coimbra (1824 votos), a terceira maior destas dez distritais intermédias, Rangel conta igualmente com o apoio do líder distrital Paulo Leitão.

Em Vila Real (1792 votantes), Rui Rio conta com o apoio do presidente da distrital Fernando Queiroga, mas há várias concelhias com Paulo Rangel que o pressionaram a que a distrital não tomasse qualquer posição no apoio aos candidatos.

Na Guarda (que perdeu votantes passou de 1529 para 1407), a comissão política distrital declarou o apoio a Paulo Rangel. Em Santarém, Paulo Rangel era o favorito e conta, inclusive, com o apoio do líder distrital, João Moura. Tem ainda outros apoios importantes no distrito como dos autarcas próximos de Duarte Marques. A concelhia de Santarém, há muito em rutura com Rio, era a maior do distrito, mas foi ultrapassada por Rio Maior, que teve um pagamento de quotas em massa que fez a concelhia crescer de forma fulminante. Como registou o semanário Expresso no sábado, a concelhia de Isaura Morais, vice-presidente do PSD, que já foi autarca na cidade, passou de 75 filiados para 266. Mais do triplo.

Segue-se Faro, que tem 1331 militantes em condições de votar. O presidente distrital, Cristóvão Norte, que venceu a lista à distrital há pouco mais de uma semana, apoia e é o mandatário distrital de Paulo Rangel. As concelhias de Faro e Loulé são fundamentais para o sucesso no distrito.

Já em Bragança (1307 militantes em condições de votar) o presidente da distrital, Jorge Fidalgo, apoia Rui Rio. Rangel conta, no entanto, com o apoio do presidente da câmara mais importante do distrito (Bragança), Hernâni Dias.

As duas distritais com menos peso neste grupo de 10 intermédias são Setúbal e Viana do Castelo. Em Setúbal (1288 votantes, mais de 273 que em 2o20)  o líder distrital, Paulo Ribeiro, e os antecessores Bruno Vitorino e Pedro do Ó Ramos apoiam Paulo Rangel. Em Viana do Castelo, o líder distrital Olegário Gonçaves apoia Rui Rio, mas Rangel não desiste de tentar furar em algumas concelhias.

As outras distritais com menos de mil votantes dividem-se pelos dois candidatos. O líder distrital de Castelo Branco apoia Rangel, a líder distrital de Évora apoia Rio. O líder distrital de Portalegre não tomou posição, mas o líder distrital de Beja, que no passado apoiou Rui Rio, agora apoia Paulo Rangel. Quanto à Lisboa Área Oeste (a 19.ª distrital do partido) não é conhecido quem apoia o líder distrital Duarte Pacheco, embora o deputado alinhe habitualmente com Rui Rio.

No comparativo com as contas feitas há um mês, Rio perdeu apoios com os quais contava na segunda metade de outubro. Cresceu em zonas estratégicas com o pagamento de quotas e a nova configuração dos cadernos eleitorais, mas Rangel continua na frente.

Contagem de espingardas. Rangel domina no G4, Rio confia no voto livre