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Um "David português de palmo e meio" contra um "exército de Golias": como "Ice Merchants" fez campanha em Hollywood e quase ganhou o Óscar

Horas de edição de vídeos e imagens, entrevistas e reuniões para promover um filme que podia nem sequer ter concorrido. "Ice Merchants" não ganhou, mas o trabalho de bastidores foi uma longa metragem.

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Steven Spielberg está rodeado de gente no hotel Beverly Hilton. Bruno Caetano, que nunca esteve sequer perto do realizador norte-americano, decide arriscar. Não tem feitio para se meter com celebridades, mas não sabe quando volta a ter igual oportunidade. “Queria dizer-lhe que o ‘ET’ foi o primeiro filme que vi na vida. ‘Você tem culpa no cartório, é também por sua causa que estou aqui’. Era isto”. Entre dois concorrentes aos Óscares, um tem 22 nomeações, outro — o produtor português — tem apenas uma, com o realizador João Gonzalez, a deste ano, por “Ice Merchants”.

Gonzalez aterrou em Los Angeles a 19 de fevereiro, apenas um dia antes do tradicional almoço dos Óscares, onde todos os nomeados se reúnem antes do grande evento. Nunca tinha estado nos Estados Unidos da América. E, apesar do seu “Ice Merchants” ter chegado às Américas já com um impressionante número de prémios em festivais no mundo inteiro (eram mais de 40, com um Annie conquistado no passado dia 26 de fevereiro), o realizador português de 27 anos, estava nervoso com o almoço. Acabou por não vencer na noite mais longa de Hollywood (o Óscar de Melhor Curta de Animação foi para “The Boy, The Mole, The Fox and The Horse”).

“Ice Merchants” não ganha Óscar de Melhor Curta de Animação

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Mas antes de se saber o resultado, e por umas semanas, a vida de Gonzalez foi muito parecida à de uma figura habituada às altas negociações de Hollywood que quer promover um blockbuster. E vejamos: “Ice Merchants” pode nunca chegar a números de filmes da Marvel, mas, na primeira semana em que se estreou, cerca de 100 mil pessoas viram a curta-metragem em 400 sessões nos EUA. O realizador levou bagagem para ficar um mês inteiro a fazer promoção, dar entrevistas — ao vivo ou a partir do seu quarto em Los Angeles –, marcar futuras reuniões com grandes estúdios de cinema e ter dois dedos (ou todos os dedos) de conversa com nomes grandes da animação, como os autores de “Gatos das Botas: O Último Desejo”, da DreamWorks. E não foi sozinho.

[o trailer de Ice Merchants”:]

O nervosismo foi partilhado com Bruno Caetano, um dos parceiros desta “aventura surreal” e membro da COLA Animation, que ficaria menos tempo em Hollywood. À pequena entourage ainda se juntaram outros nomes, como Benoit Berthe Siward, estratega francês que ajudou a delinear, a par de Céline Ufenast, o antes, o durante e o pós-nomeação; e o publicista Adam Segal, para a relação com a imprensa, contando ainda com o apoio da revista norte-americana New Yorker. Mais ninguém entrava no apartamento. Afinal, a operação, mesmo que com equipa pequena, era de grande escala. Objetivo? Chegar ao maior número de membros da Academia. “Demos tudo o que tínhamos sem muitas expectativas”, diz João Gonzalez ao Observador, duas semanas antes da cerimónia. Faltavam mais 14 intensos dias.

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Dita a sorte, o mérito, ou razões que só o subconsciente do realizador português poderá explicar, que esta sua primeira vez em solo norte-americano tivesse primeiro encontro marcado logo na mais importante cerimónia de cinema do mundo. Ao lado de Bruno Caetano, seu produtor e um dos membros da Cola Animation, cooperativa de produção maioritária na curta metragem que acaba de vencer o primeiro Óscar na história de Portugal, João Gonzalez decidiu largar a vergonha e aproveitar o almoço. Afinal, as estrelas de televisão e cinema que pareciam só existir atrás da tela estavam ali à distância de um aperto de mão no Beverly Hilton.

Brendan Fraser, ator que protagonizou o regresso do ano na indústria, no filme “A Baleia”, foi a figura mais simpática que a dupla portuguesa encontrou. “Parecia estar mais nervoso por falar connosco do que nós com ele”, confessou João Gonzalez. Assim que o diálogo estava prestes a terminar, faltava captar a imagem para a posteridade, só que ninguém estava próximo dos três para tirar a fotografia. O ator teve uma ideia: meter-se no meio, já que “tinha braços grandes”, quase que lembrando não só a sua mais recente personagem (um homem com obesidade mórbida em luta contra o passado e a consciência), mas também um dos motivos para se ter tornado numa das caras mais requisitadas dos anos 90 em Hollywood.

Foi o realizador português que tratou de todos os materiais de divulgação, recolhendo citações de críticas ao filme, editando imagens e vídeos. De todos, mesmo todos. Nenhum outro designer foi contratado. Nem assessores ou agentes. "Fomos nós que tratámos da nossa agenda. Houve um dia que o João esteve sete horas seguidas só a tratar disso", revela o produtor, para espanto do realizador que já nem se lembrava.

“É gente que só vemos na televisão, achei que só existiam na minha cabeça. Mas foi um evento muito acessível. Fomos abordados por pessoas que conheciam o nosso filme e nos deram os parabéns”, conta o realizador. Houve, por isso, um à vontade inesperado, difícil de colocar em palavras. Palavras essas que também não existem em “Ice Merchants”. São os gestos musicados de um pai e de um filho, mercadores de gelo, que nos impactam durante quinze minutos. São também os gestos, as conversas e o contacto com esta realidade hollywoodesca, que se tornam quase impossíveis de descrever por quem as vive pela primeira vez. “Podíamos estar aqui meia hora a falar sobre o evento que não iria fazer justiça à montanha russa de sensações que foi aquele dia”, afirma Bruno Caetano.

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Mas esta missão de promoção rumo à estatueta não se ficou por fazer presenças em eventos importantes. De 12 de fevereiro até, pelo menos, dia 7 de março, dia em que encerraram as votações, a pequena equipa teve de tentar chegar ao maior número de membros da Academia para criar um “espírito de familiaridade” à volta de “Ice Merchants”. Esses membros votaram a partir do dia 2. Posts pagos, emails em massa, trailers, imagens promocionais, entrevistas, anúncios. Foi o realizador português que tratou de todos os materiais de divulgação, recolhendo citações de críticas ao filme, editando imagens e vídeos. De todos, mesmo todos. Nenhum outro designer foi contratado. Nem assessores ou agentes. “Fomos nós que tratámos da nossa agenda. Houve um dia que o João esteve sete horas seguidas só a tratar disso”, revela o produtor, para espanto do realizador que já nem se lembrava.

O orçamento desta viagem contou, à última hora, com dois apoios importantes, do Ministério da Cultura e da Câmara Municipal do Porto. Bruno Caetano contactou diretamente o ministro Pedro Adão e Silva e teve resposta positiva. Aliás, continuam em contacto. Não se sabe o valor, mas diz quem já esteve em Hollywood nesta altura que, no mínimo, são precisos 50 mil euros para promover o seu projeto. A autarquia liderada por Rui Moreira, sendo João Gonzalez do Porto, não quis deixar passar o momento e apoiou um filho da terra. Sem estes apoios, a dupla não teria conseguido estar em Los Angeles. “Não, sem esse apoio, não estaríamos aqui”, confirma Bruno Caetano. Depois de tudo isto, a equipa da Cola Animation, cooperativa sem fins lucrativos, vai tentar reaver algum do investimento através do ICA. Mas tudo a seu tempo.

Bruno Caetano e João Gonzalez (à frente e à esquerda), fotografados num evento em Hollywood a 8 de março, entre os restantes concorrentes na categoria de Melhor Curta Metragem de Animação

Getty Images via AFP

“Houve dias que quase não nos deixaram respirar, por causa da promoção, mas foram sempre todos diferentes”, diz João Gonzalez. Houve de tudo: entrevistas de manhã à noite, exibições do filme, Q&As ou esperar que uma tempestade passasse (e que cancelou um evento da Netflix). Não houve um plano certo. Foram raros os dias em que não houve nada para fazer. Portanto, se era para fazer o “possível e o impossível”, tinha de ser sem cruzar os braços. Porque se a estatueta dourada não lhes fosse parar às mãos, Bruno Caetano e João Gonzalez não quereriam voltar a Portugal e pensar que não tinham feito tudo o que estava ao alcance.

Nessa pressão, mesmo assim, foi possível arranjar tempo para passear, conhecer, respirar um pouco. Mas a equipa “foi comedida” nos gastos. “Por exemplo, houve um domingo em que tirámos uma manhã para descansar. Demos duas horas para entrevistas, depois fomos comprar comida para cozinhar e poupar algum dinheiro. É fácil andar de carro em Los Angeles, o difícil é andar a pé. Depois ainda tivemos de planear, ver emails, mensagens e perceber visualmente o quanto estávamos tramados ou não”.

A estratégia faz sentido. A curta-metragem portuguesa estava a concorrer com autênticos tubarões. Em especial, com um: “The Boy, The Mole, The Fox and The Horse”, estreada na Apple TV+ no passado Natal, com o apoio da BBC e que tinha, entre os produtores, um senhor chamado J.J Abrams. Acabou por ganhar o Óscar. Venceu também um Annie na categoria de Produção Especial e os BAFTA, os prémios da indústria britânica do cinema. Contou com o trabalho de cerca de 120 artistas de 20 países a trabalhar. “Ice Merchants” não teve mais de 30 pessoas.

"Duas pessoas resolveram conversar connosco durante vinte minutos. Eram do filme 'Gatos das Botas: Último Desejo' da Dreamworks. Foi impensável: como é que um pequeno filme de animação com uma equipa reduzida e que trabalhou remotamente esteve à conversa com uma equipa de blockbusters contente por esta ali entre nós?"

Durante o último mês, posters de “The Boy, The Mole, The Fox and The Horse” multiplicaram-se pelas ruas de Los Angeles. Isto num mercado em que, por duas semanas, o preço de um cartaz pode chegar aos 15 mil euros. “Sabemos bem quanto custava. Se somarmos tudo o que eles gastaram só nesses cartazes, chegamos à conclusão de que o valor é superior ao gasto no nosso filme e provavelmente na nossa campanha. É um caso de David contra Golias. Mas com um David de palmo e meio e um exército de Golias”, conta Bruno Caetano.

As portas que se abriram em Los Angeles e as dúvidas iniciais do realizador

Os dois estreantes em Hollywood aproveitaram para explorar o sonho americano. Já se sabe que João Gonzalez se sente bem no registo autoral, independente, que lhe permite ter controlo sobre o que está a fazer, da música à animação. Mas, apesar de ter uma certa dose de ansiedade social, não se negam reuniões em Hollywood. Nem reuniões nem oportunidades — ou a obrigação — de discursar para centenas de pessoas, em cerimónias com gente do mundo inteiro. E ainda que em cada um destes encontros os responsáveis e os organizadores dessem sempre diretrizes aos nomeados sobre o que fazer, o realizador português preparou sempre as palavras mentalmente. Já não era um mero estudante a aprender as curvas da animação: só João sabia o que queria e tinha a dizer.

Os discursos são a parte visível, mas o caminho para os Óscares fez-se sobretudo de reuniões. Especialmente com grandes estúdios e produtoras, como Shadow Machine (“Robot Chichen”, “Bojack Horseman” ou o “Pinóquio” de Guillermo del Toro), ou Laika (“Coraline” e “Kubo and the Two Strings”). “Vários estúdios grandes vieram ter connosco. Quando estávamos à espera para dar a primeira entrevista do dia, o Benoit avisou que estávamos preparados. Entretanto, duas pessoas resolveram conversar connosco durante vinte minutos. Eram do filme ‘Gatos das Botas: Último Desejo’ da Dreamworks. Foi impensável: como é que um pequeno filme de animação com uma equipa reduzida e que trabalhou remotamente esteve à conversa com uma equipa de blockbusters contente por esta ali entre nós?”, questiona-se Bruno Caetano. Convites para reuniões futuras, produções e coproduções. Sem nomes revelados, com portas abertas, com certeza.

Fazer o "possível e o impossível". Se a estatueta dourada não lhes fosse parar às mãos, Bruno Caetano e João Gonzalez não quereriam voltar a Portugal e pensar que não tinham feito tudo

No princípio, João Gonzalez teve dúvidas sobre o que fazer: “Pensei que o filme podia não ter nível suficiente para competir com filmes profissionais”. Era apenas o seu projeto final no mestrado da Royal College of Art, no Reino Unido. Mas foi aí que entraram em ação a Agência de Curta Metragem e Bruno Caetano. O filme obteve financiamento do ICA. “Estava num impasse, foi graças a eles que o transformámos num filme profissional. Percebemos que o filme podia ter um impacto depois de ter estado em Cannes”, conta. Venceu a Semana da Crítica daquele festival no ano passado. Uma semana antes, o realizador ainda estava a finalizar a curta-metragem, a “parte mais intensa”, que é “muito detalhada, com muitos objetos”. Desenhou e pintou os backgrounds que faltavam em tempo recorde. Foram 16 horas por dia a trabalhar, quase sem dormir.

A Bruno Caetano bastou ver dois minutos de “Ice Merchants”, quando só trinta segundos do filme estavam “pintados”, para perceber que podia estar perante uma “galinha de ovos de ouro”. O produtor, que já tinha encontrado em “Nestor” (filme anterior de Gonzalez) muito “potencial profissional”, devolve agora o agradecimento ao realizador, com uma garantia: “O João teve a cabeça e o planeamento, foi incansável em criar um trajeto para o filme a nível mundial, preocupou-se onde estreava, em que países, de forma a melhorar as nossas hipóteses de estarmos aqui”. Sim, o portuense, a certa altura, tinha todos os festivais na ponta da língua. Sabia a ordem, os que escolher, os que provavelmente iriam selecionar “Ice Merchants”, os qualificantes aos Óscares, tudo decorado. A dúvida inicial tornou-se numa ambição. “Queria que fosse o mais longe possível. Dei tudo o que podia em termos de estratégia”. Resultou.

Na derradeira semana antes da cerimónia dos Óscares, e apesar da exigência da campanha de promoção, Bruno Caetano e João Gonzalez mostraram-se plenos e seguros do que fizeram, prontos para um último sprint. Infelizmente, no filme, pai e filho, vendedores de gelo, veem o seu trabalho interrompido. Como eles, os autores chegaram ao cume da montanha, mas prometem não parar por aqui.

A COLA Animation, uma cooperativa de animação sem um tradicional espaço físico, funciona entre várias pessoas. Também não trabalha com uma cadeia de comando comercial, onde a pessoa A passa o trabalho à pessoa B. É mais descontraído. A polaca Ala Nunu dividiu 50/50 a animação de “Ice Merchants” com João Gonzalez. Bruno Caetano ficou com a papelada: financiamento e burocracia. O realizador fazia os fotogramas chave e a animadora animava. Ela ficou com os planos maiores, ele com a animação das personagens. Esse trabalho, em plena pandemia, durou quatro meses. Houve pausas pelo meio, com os dois a trabalharem noutros projetos como o polaco “Slow Light” de Kasia Kijek e Przemek Adamski. Após esses quatro meses, “Ice Merchants” seguiu para uma equipa de dez pessoas (francesas, polacas, inglesas), que o finalizaram. E aqui ainda nem estava incluído o som. “Aqueles tempos da Covid-19 tornaram-se mais gratificantes, entre 2020 e 2022. Essa parte não foi feita com pressa”, conta Bruno Caetano.

Na derradeira semana antes da cerimónia dos Óscares, e apesar da exigência da campanha de promoção, Bruno Caetano e João Gonzalez mostraram-se plenos e seguros do que fizeram, prontos para um último sprint. Infelizmente, no filme, pai e filho, vendedores de gelo, veem o seu trabalho interrompido. Os autores do filme não chegaram ao cume da montanha, mas prometem não parar por aqui.

Por agora, podem descansar. Para Los Angeles, o produtor levou dois livros, One Punch-Man, um dos títulos de manga mais conhecidos do mundo, e “Transmetropolitan”, de Warren Ellis e Darick Robertson. Mesmo no meio do vulcão, conseguiram desligar. Já o realizador, que deixou uma carreira de piano no passado (mas é obreiro da banda sonora de “Ice Merchants”), tirou os tempos de descanso para explorar a dupla de gémeos de jazz DOMi & JD Beck. Ao Observador, disse que gostava de ter ainda tempo para aproveitar um spa em Los Angeles. Mais do que merecido.

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