Era uma votação decisiva para Rodrigo Gonçalves, um dos maiores caciques do PSD em Lisboa: o presidente interino da concelhia da capital já exigia eleições para a secção lisboeta desde abril, quando se demitiu Mauro Xavier, o líder da estrutura. Sem sucesso. A sua oportunidade para fazer uma prova de força aconteceu nas eleições de 1 de julho, mas para os órgãos distritais do partido (não para os locais): promoveu uma lista para os delegados de Lisboa à Assembleia Distrital, encabeçada por Nuno Morais Sarmento, com Manuela Ferreira Leite como primeira subscritora. E ganhou. A lista para os delegados afeta a Pedro Pinto — candidato único a presidente da distrital, apoiante de Pedro Passos Coelho — foi derrotada pela Lista L de Gonçalves e Sarmento: teve apenas 597 votos e a concorrente conseguiu 801.

Na eleição para a liderança do PSD no distrito, a mesma fação liderada por Gonçalves conseguiu também que houvesse mais votos brancos e nulos do que em Pedro Pinto nas mesas de voto no concelho de Lisboa. Tudo isto exigiu uma grande mobilização de militantes.

Rodrigo Gonçalves é o líder da fação que representa a oposição interna a Pedro Passos Coelho e está em guerra com a distrital, sobretudo depois de o seu pai, Daniel Gonçalves, ter sido o único dos cinco presidentes de junta do PSD em Lisboa a ser impedido de se recandidatar — na sequência de um artigo do Observador que explicava o poder da família, o seu envolvimento em processos judiciais e agressões, e as adjudicações a empresas de militantes do PSD nas juntas de São Domingos de Benfica e das Avenidas Novas.

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