Uma publicação no Facebook sugere que a fortaleza de Al Zubarah, no Qatar, foi criada pelos portugueses no final do século XVI “quando Portugal era ‘grande’, dominava o Golfo Pérsico e não estava minado por políticos ‘traidores’ como agora”.

As informações são erradas desde o início da publicação, quando se afirma que a fortaleza de Al Zubarah fica a 30 quilómetros de Doha. Na verdade, uma simples pesquisa no Google Maps esclarece que, afinal, o monumento fica do lado oposto do Qatar, a cerca de 100 quilómetros da capital qatari.

A publicação em análise.

A página governamental dedicada ao património arqueológico do Qatar descreve Al Zubarah como “o maior património do Qatar, com uma impressionante muralha da cidade, antigos palácios e casas residenciais, mercados, áreas industriais e mesquitas”. Em tempos, foi “uma próspera cidade de pesca de pérolas e porto comercial”.

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Mas nada diz sobre uma intervenção portuguesa no monumento. Confirma apenas que a cidade de Al Zubarah foi fundada em meados do século XVIII, “atraiu a atenção de outras potências do Golfo” quando se tornou uma cidade comercial e de pesca de pérolas, entre os séculos XVIII e XIX. Acabou por ser destruída, mas recuperada a partir dos anos 30 do século XX.

Foi nessa altura que a fortaleza também foi construída — não por portugueses, mas sim pelo sheik Abdullah bin Jassim Al Thani em 1938, para funcionar como sede da Guarda Costeira. Neste momento, é um museu que exibe exposições artísticas, quase sempre relacionadas com a investigação arqueológica.

Conclusão

A publicação está recheada de informações erradas e falsas sobre o monumento em causa. A fortaleza de Al Zubarah não foi destruída no século XVI porque só foi construída em 1938 — e não por portugueses, mas pelo sheik Abdullah bin Jassim Al Thani. A própria cidade só foi erguida em XVIII. E, na verdade, não fica a 30 quilómetros de Doha: fica a cerca de 100.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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