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Quinze anos depois, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi ficaram ambos fora das meias da Liga dos Campeões. Sim, é um sinal dos tempos. Não, o tempo não lhes deu um sinal. A goleada do Bayern frente ao Barcelona pode resumir-se a uma passagem de testemunho na forma como se vai jogar futebol nos próximos anos. Acabou a era tiki-taka, está a nascer a era Futebol Total 2.0. Não basta ser bom com bola, quem ganha é quem sabe como jogar sem ela. Não chega dominar o tempo de um jogo, quem se superioriza é quem sabe controlar o espaço num jogo. Mas esse resultado que provocou uma convulsão em Barcelona com a saída de Quique Setién, a entrada de Ronald Koeman, a marcação de eleições para março e a dúvida em relação à continuidade de Messi representa algo mais do que uma viragem na forma como se joga e como se pensa – e os clubes tradicionais que o digam. |
A final da Liga dos Campeões, este domingo na Luz (20h), não tem assim tanta surpresa como isso: são as duas melhores equipas nesta Final Eight da competição. Ponto. E com dois modelos que têm o mérito de potenciar as mais valias de cada um dos conjuntos. Thomas Tuchel percebeu que o PSG só seria realmente competitivo no dia em que controlasse o meio-campo, porque não bastava ter a melhor defesa nem os melhores no ataque, e conseguiu criar uma dinâmica que permite a Neymar, Mbappé e Di María fazerem a diferença jogando como mais gostam. Já Hansi Flick deu para receber – deu protagonismo aos “pesos pesados” para serem os líderes que necessitava em campo, deu espaço aos jovens com maior potencial para crescerem de forma sustentada, deu metros a uma equipa que joga instalada no meio-campo adversário e coloca vários jogadores em zonas de finalização para alcançar uma média de quase quatro golos por jogo nos últimos meses. Esta é a vertente mais tática de um jogo que muitas vezes se torna mais simples do que as análises ultra complexas. Mas o PSG-Bayern representa muito mais do que isso. |
De um lado, os franceses representam um modelo cada vez mais comum na Europa (o Manchester City é mais um exemplo paradigmático). Mais de mil milhões de euros depois, o investimento sem paralelo na construção de um conjunto que pudesse chegar a uma final europeia deu resultado. Nos últimos tempos o PSG até conseguiu chegar a jovens que marcarão os próximos anos do futebol como o holandês Xavi Simons (médio de 17 anos ex-Barcelona) mas ali impera a lei do chapa-dada-a-ganhar-chapa-gasta. O projeto desportivo é secundário perante uma ideia que poucos podem ter – se é preciso não se fazem engenharias, não se constrói, não se inventa. Compra-se. Neste caso é dinheiro árabe, também há exemplos do leste europeu e da Ásia. E a tendência é para ir aumentando, apesar de negócios falhados como aquele que impediu que um fundo da Arábia Saudita comprasse o Newcastle. |
Do outro, o Bayern. Os alemães também fazem os seus investimentos mas sempre a pensar a médio/longo prazo, como acontece com os já contratados Leroy Sané (45 milhões ao Manchester City), Alexander Nübel ou Tanguy Nianzou. Acionista maioritário numa estrutura que conta ainda com a Adidas, a Audi e a Allianz (8,33% de participação cada), tem no comando pessoas do futebol e alguns dos melhores CEO das marcas mais sólidas do país que nomeiam administradores para gerirem todas as áreas do negócio. Ninguém sabe quem são Jan-Christian Dreesen, Andreas Jung ou Jörg Wacker, que tratam das finanças, do marketing ou da estratégia, todos sabem quem são Karl-Heinz Rummenigge, Hasan Salihamidzic e Oliver Kahn, que estão mais ligados ao futebol. São todos eles, enquanto executivos, que têm uma máquina montada para qualquer jogador, treinador ou equipa fazer o que mais gosta e o que melhor sabe. Mudam os nomes, mantém-se o sucesso. E com 27 anos consecutivos a dar lucro. |
É no meio destas duas realidades distintas em tudo mas que encontraram um caminho comum para a final da Liga milionária que se encontram Real Madrid, Barcelona, Juventus ou Manchester United. A bola está do lado deles – assim a consigam ter, dentro e fora de campo. Esse é o outro jogo que marcará a próxima década. |
Antes, esta sexta-feira (20h), há final da Liga Europa entre Sevilha e Inter. Os espanhóis venceram de forma pragmática o Manchester United, que voltou a contar com um golo do melhor marcador da competição, Bruno Fernandes, ao passo que os italianos golearam o Shakhtar Donetsk de Luís Castro com mais uma grande exibição de Lukaku. Pela tradição e pelos momentos, e por diferentes formas que tenham de abordar o próprio jogo, são mais as semelhanças do que as diferenças: o Sevilha vai tentar prolongar a hegemonia da La Liga com nove vitórias nos últimos 18 anos para manter a eficácia de 100% nas cinco finais realizadas até aqui, o Inter voltou à base do futebol italiano para recuperar as oito vitórias da Serie A em 12 anos no final do século XX; o Sevilha não perde há 20 jogos e sofreu dois golos nos últimos oito; o Inter não perde há 11 jogos e sofreu três golos nos últimos oito. |
Mais do que a ideia de jogo e a identidade que as equipas construíram no ano 1 de um novo modelo desportivo, a final será decidida por aquilo que cada formação conseguir fazer de diferente e de melhor. Quer Julen Lopetegui, quer Antonio Conte repararam as passagens atribuladas por Real Madrid e Chelsea, respetivamente, e fizeram temporadas que cumpriram em tudo os objetivos iniciais delineados. Agora, no último encontro da época, jogam pela afirmação de um projeto que terá a sua maior ou menor coroação se terminar com um troféu ganho. |
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Se a última semana acabou com a tripla apresentação de reforços por parte do Benfica, que anunciou com pompa e circunstância as chegadas de Jan Vertonghen, Luca Waldschmidt e Everton Cebolinha, agora foi o Sporting que quase monopolizou o anúncio de caras novas para a temporada de 2020/21, que teve início com a notícia de que Batagglia e Vietto estavam fora dos trabalhos por terem contraído o novo coronavírus nas férias que passaram em Espanha. Assim, e depois de Pedro Porro e Antunes, os leões anunciaram Pedro Gonçalves, Feddal e Adán, estando por horas a confirmação também de Nuno Santos. Agora a prioridade irá passar por resolver uma série de casos pendentes entre vendas e cedências temporárias, sendo que “o” reforço para o setor ofensivo continua a ser trabalhado e negociado pelos responsáveis verde e brancos. Pelo meio ainda houve avionetas “Acorda Sporting” e uma manifestação com pouca adesão para o que era esperado em Alvalade (o dia e a hora também não ajudaram), num defeso que continua com muitas manobras de bastidores. Demasiadas até, em alguns casos. |
As equipas da Liga portuguesa continuam a preparar a próxima época, equipas de várias outras ligas europeias já estão a jogar a próxima época (que na verdade é a atual, esta é que demorou mais do que era suposto). Bélgica, Rússia ou Escócia foram dos primeiros, segue-se Ucrânia e sobretudo França, o primeiro Campeonatos dos cinco principais a arrancar com um Bordéus-Nantes esta sexta-feira (18h) e não com um Marselha-Saint Étienne, que foi adiado pelos quatro casos positivos na formação do português André Villas-Boas. Outros jogos de destaque nesta ronda inaugural, que não contará ainda com PSG e Lyon: Lille-Rennes (sábado, 20h) e Mónaco-Reims (domingo, 12h). Portugal, Alemanha, Inglaterra e Espanha arrancam entre 12/13 e 19/20 de setembro mas antes há jogos das seleções na Liga das Nações (e Fernando Santos anuncia os convocados na próxima segunda-feira). |
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O Grande Prémio da Áustria em MotoGP trouxe um sem número de histórias paralelas à história que devia ser a principal: o triunfo de Andrea Dovizioso na semana em que se ficou a saber que vai deixar a Ducati no final desta temporada e que deixou o italiano no segundo lugar do Mundial a 11 pontos de Fabio Quartararo. A principal envolveu Franco Morbidelli e Johann Zarco, num choque violento que por pouco não envolveu Valentino Rossi e Maverick Viñales e que motivou críticas duras de vários pilotos ao francês. A outra, que nos diz mais respeito, teve Miguel Oliveira e Pol Espargaró como principais protagonistas: o espanhol que estava em queda livre na corrida após a segunda partida abriu em demasia a trajetória, o português aproveitou para tentar subir à quinta posição, o companheiro veio para dentro e o choque que levou à desistência de ambos tornou-se inevitável. A partir daí, a guerra de palavras teve um round 1, um round 2 e um round 3, sendo que quando parecia que tudo estava de vez arrumado afinal não era bem assim. Next stop: o Grande Prémio da Estíria, no domingo (13h). |
Na Fórmula 1, mais do mesmo depois de uma interrupção do domínio da Mercedes e de Hamilton na segunda corrida em Silverstone (Grande Prémio do 70.º Aniversário): em Espanha, o britânico dominou do início ao fim, só não conseguiu a volta mais rápida e não deu hipóteses a nova surpresa de Max Verstappen, terminando com a liderança do Mundial reforçada e mais uma marca de Michael Schumacher batida: o número de pódios (156). |
Na NBA, os playoffs começaram com algumas surpresas sobretudo a Oeste, com Portland Trail Blazers, Dallas Mavericks e Utah Jazz a conseguirem “roubar” um jogo aos favoritos LA Lakers, LA Clippers e Denver Nuggets. A Este, os Orlando Magic foram a sensação da semana, ao vencerem a primeira partida frente aos Milwaukee Bucks. Anote na agenda alguns encontros a não perder nos próximos dias: Mavericks-Clippers (sábado, 2h), Magic-Bucks (sábado, 18h), Blazers-Lakers (domingo, 1h30) e Jazz-Nuggets (segunda-feira, 2h). Pode consultar aqui todo o calendário do melhor basquetebol do mundo esta semana, sempre com quatro jogos por dia. |
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Eu, a TV e um comando
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O jogo em palavras
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Pódio
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1
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Lewis Hamilton aprendeu a lição tática da Red Bull em Silverstone, teve a escolha certa de pneus e dominou do início ao fim um Grande Prémio da Espanha que depois do calor acabou quase à chuva.
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O alemão Jurgen Klopp foi eleito o melhor treinador da liga inglesa de futebol, depois de conduzir o Liverpool ao título de campeão inglês, algo que os 'reds' não conseguiam há 30 anos.
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3
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Benfica deu 15 minutos de avanço ao Dínamo Zagreb mas foi a tempo de corrigir e vencer croatas por 3-1 nos quartos da Youth League com bis de Gonçalo Ramos, a figura do jogo a par de Úmaro Embaló.
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O adeus
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Fórmula 1
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Foi o primeiro português na Fórmula 1 num Cooper-Maserati T51 em Monsanto no final da década de 50. Teve uma vida ligada aos motores a pilotar, a ensinar e a inspirar. Nicha Cabral morreu aos 86 anos.
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Terceiro tempo
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