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O julgamento do caso BES foi tratado no Observador e na Rádio Observador como uma grande operação — nem outra coisa seria possível. Na manhã em que arrancou, na terça-feira, tínhamos bem cedo a redação do jornal e da rádio mobilizada para a cobertura mais completa. E no Campus da Justiça tínhamos 4 jornalistas, um fotojornalista e a nossa ilustradora Teresa Dias Costa, que se transformou entretanto numa das sensações dos bastidores do julgamento. |
A Teresa é uma live sketcher. Desenha eventos no dia-a-dia e casamentos, sempre que é contratada: passa habitualmente oito horas na festa a retratar os momentos mais especiais, da entrega das alianças no altar aos brindes, sem esquecer as figuras mais divertidas na pista de dança. Este é já o terceiro julgamento que acompanha para o Observador, depois dos casos Diana Fialho e Rosa Grilo. |
Assim que se percebeu que não seria possível a recolha de imagens na sala de audiências, tornou-se evidente que teríamos de tentar mostrar aos leitores o que não podem ver de outra forma, seguindo aliás a tradição da imprensa norte-americana em relação a grandes julgamentos. |
E é assim que o Observador tem publicado as únicas imagens do que se passa num dos julgamentos mais aguardados deste século, que senta no banco dos réus Ricardo Salgado, que chegou a ser conhecido como Dono Disto Tudo, juntamente com vários outros ex-administradores e altos quadros do Banco Espírito Santo. |
A nossa ilustradora conheceu a juíza-presidente, Helena Suzano, na segunda-feira, numa visita à sala de audiências, com jornalistas de outros meios de comunicação, para assistir aos últimos preparativos e testes para a transmissão das gravações dos testemunhos. Há poucos lugares para a imprensa com a visibilidade necessária para a Teresa fazer um trabalho deste género: é essencial um contacto visual o mais próximo possível com os retratados. Aliás, há poucos lugares para jornalistas, ponto. Cabem muito poucos na sala de audiências, e há uma sala à parte para o resto dos jornalistas poderem seguir em vídeo o que vai acontecendo. |
Ao terceiro dia, antes do recomeço dos trabalhos à hora de almoço, a Teresa resolveu pedir diretamente à juíza-presidente se autorizava que se sentasse num dos lugares destinados a advogados que estavam vazios. “Acho que não há problema”, respondeu a magistrada, antes de perguntar se algum dos advogados se opunha a que a ilustradora do Observador ocupasse um lugar onde pudesse captar melhor os momentos do julgamento, no dia em que estava a ser ouvido José Maria Ricciardi. |
Ninguém quer ficar mal no desenho. “Olhe, ponha-me no desenho com mais cabelo”, pediu um dos advogados, bem disposto. A juíza-assistente reagiu ao seu próprio retrato: “Eu já vi a minha imagem, está a pôr-me como caixa de óculos, tem de os pôr mais pequenos”. Outro advogado apanhou o seu desenho publicado no liveblog do Observador com que estamos a acompanhar o julgamento e veio logo ter com a nossa ilustradora: “A menina fez-me muito gordo, tem de tirar meia bochecha”. |
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Na verdade já todos os principais protagonistas sabiam que estavam a ser apanhados pelo traço da Teresa. Um dos arguidos, Francisco Machado da Cruz (que está a receber esta newsletter, já se vai peerceber porquê), pediu para mudar de lugar por causa do ar condicionado e ficou sentado à frente da nossa ilustradora. Num dos intervalos da sessão, meteu conversa com ela, enquanto desenhava no seu tablet: “A menina é a que está a fazer os desenhos para o Observador? Muito bem, muito giro, gosto muito de desenhar também. Sou assinante do Observador, estou a seguir o julgamento pelo liveblog e reparei logo”. |
Durante a tarde, enquanto se assistia à gravação do depoimento de Ricardo Salgado em 2015, a Teresa fez um desenho maior com as várias personagens na sala. Francisco Machado da Cruz reparou logo num homem careca desenhado de costas e perguntou-lhe: “Isto sou eu visto de trás?” No fim da sessão, o ex-contabilista dos Espírito Santo chamou o seu advogado e comentou: “Vês, eu bem disse que estavam a desenhar…” E depois explicou à ilustradora do Observador: “Ele não queria acreditar que não era Inteligência Artificial, porque os desenhos estavam a sair com muita rapidez”. |
Ao longo desta primeira semana, a Teresa fez quase duas dezenas de desenhos, ora dos perfis dos arguidos, ora das testemunhas mais conhecidas, ora dos advogados, ora dos magistrados. Os mais simples, de uma só pessoa, demoram 20 a 30 minutos. Os mais complexos, que tentam mostrar toda a sala, podem demorar uma manhã ou uma tarde inteiras. |
Na sessão desta sexta, outro advogado que ficou mesmo em frente à ilustradora do Observador ia perguntando: “Já me desenhou?” Passado um bocado, outra vez: “E agora, já me desenhou?”. Quando finalmente saiu retratado, o advogado ficou algo desiludido: “Isso é só de costas”. A Teresa bem gostaria de ter ainda mais liberdade de circulação para captar melhor todos os protagonistas, mas já não se pode pedir muito mais. |
O Observador vai continuar a acompanhar este julgamento da forma mais completa possível na rádio e no jornal. Já se sabe por exemplo que, ainda no fim deste mês, será ouvido o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. A Teresa Dias Costa lá estará para fazer a ilustração, tal como em todos os outros momentos importantes do julgamento, sem fim à vista. No fim do terceiro dia, a nossa ilustradora desceu no elevador com um grupo de advogados. Uma das defensoras desabafou: “Parece que estamos nisto há um mês.” Um dos advogados de Ricardo Salgado respondeu: “Habituem-se: isto vão ser os próximos anos das nossas vidas”. |
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