O vencedor incontestado das eleições legislativas foi António Costa, mas também foram vencedores Pedro Nuno Santos e a sua esquerda ortodoxa, Marta Temido e a sua arrogância ideológica, que prefere doentes sem médico do que fazer acordos com os prestadores privados, Tiago Brandão Rodrigues, que mais do que Ministro da Educação é maestro da doutrinação esquerdista de crianças, João Leão que consegue impor a maior carga fiscal de sempre numa economia que teima em não sair da cauda da europa, e foram vencedores todos os outros que utilizam o poder do Estado para servir o partido e agendas dogmáticas.

Perderam todos os que tinham esperança num alivio do atrofio fiscal, numa justiça social que mais do que assistencialista é geradora de oportunidades, num novo tempo de liberdade onde podemos escolher os serviços ao invés de mendigarmos por aquilo que pagamos.

Perdeu a Direita Social, a direita que verdadeiramente travou a hegemonia da esquerda.

A esquerda sempre desejou uma direita ortodoxa, resgatada do seculo XVIII, uma direita pregadora de um liberalismo arcaico, sem preocupações sociais, onde o interesse geral sucumbe perante o interesse individual, onde o egoísmo captura a solidariedade e o “eu” prevalece sobre o “nós”.

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É a ameaça desta direita que permite esconder a incompetência da esquerda e mobilizar o seu eleitorado. Como se de um presente se tratasse, a democracia portuguesa ofereceu a António Costa a Iniciativa Liberal, a tal direita apregoada pela esquerda e sempre usada como ameaça ao estado social recebeu da IL a palavra: Presente.

Os mesmos que usaram a escada social para progredir e alcançar o sucesso, querem agora retirar a escada para que mais ninguém a suba. Assim protegem-se da concorrência.

A outra direita que a esquerda apregoava era a direita movida pela inveja, fortemente temperada com ímpetos xenófobos, que nas frustrações encontra terreno fértil para se expandir, que recruta os seus quadros nos “sábios” formados pelas redes sociais. A esta direita, que até então só existia nos delírios da esquerda, o Chega disse presente!

Os resultados são de leitura fácil, a direita que a esquerda sempre desejou apareceu, são a terceira e a quarta força e ofereceram ao PS uma maioria absoluta. Quanto mais força esta direita tiver, mais fácil será a esquerda dominar o parlamento.

A prestação dos partidos da direita social também não ajudou. O PSD renegou a direita e o CDS cometeu o pecado capital de cancelar um Congresso marcado, perdeu-se em guerras internas e o país não perdoou.

Para quem se enquadra na direita social, a mesma que construiu as sociedades de bem-estar na Alemanha, no Reino Unido, na França ou na Europa central, não pode deixar de se sentir apreensivo com o futuro esperado para os próximos 4 anos.

Serão 4 anos de maioria absoluta de esquerda, sendo que um só partido tem maioria no parlamento, num período em Portugal receberá os mais de 55 mil milhões de euros do PRR.

Os fundos que poderiam e deveriam servir para injectar liquidez na nossa economia, na “máquina” que produz riqueza, que cria valor, gera emprego e nos afasta da cauda da europa, dificilmente escaparão às teias montadas pelos vícios de sempre, aos que se instalaram na máquina do poder e fazem seu aquilo que deveria ser de todos.

O Presidente da República ficou com responsabilidades acrescidas, a fiscalização mitigada que resulta de uma Assembleia da República capturada por uma maioria de um só partido, terá de ser compensada por um escrutínio vigilante e muito atento do PR.

Mas, também os partidos terão de assumir responsabilidades reforçadas, não teremos nas próximas décadas um volume de fundos como o que se espera para esta legislatura.

O CDS não tem representantes na Assembleia da República, mas tem dos melhores quadros do país, terá de se reinventar, de se mobilizar, de transformar as dificuldades em forças e reerguer-se mais forte do que nunca.

Será a voz dos portugueses que todos os dias tiram o melhor de si sem esquecerem os outros, que lutam sem tréguas contra o conformismo, contra a resignação, que nunca desistirão do futuro, que querem deixar aos seus filhos mais do que receberam dos seus pais.

O CDS tem um enorme desafio pela frente, conseguirá superar, mas impõe-se uma reflexão serena e profunda, para esse propósito apresentarei moção ao próximo congresso.