A desastrosa tendência sou eu e mais ninguém que se infiltra na sociedade abre as portas para o ressentimento dos que, por muito que queiram, não são ouvidos. O resultado disso encontra-se na reação contra elites com o populismo. Além disso, os desfavorecidos começam a absorver parte desta mensagem e começam a questionar-se, não apenas acerca do sistema, mas sobre a justiça e a equidade. “Sirvo para alguma coisa?”; “Sou útil?” Há algo de irritante e desmoralizador neste sentimento de inutilidade que alimenta a raiva e que é refletida nas reações populistas.

Os políticos, em geral, não têm sido muito eficazes a abordar as consequências cívicas e corrosivas da desigualdade de uma maneira notória.

As pessoas preocupam-se não apenas com salários e empregos, mas também com uma nova economia financiada e globalizada que não respeita realmente o tipo de trabalho que homens e mulheres comuns exercem.

Sem um espírito cívico mais forte, os partidos liberais e sociais democratas colapsariam, cedendo lugar àqueles que reforçariam fronteiras, baniriam ambiguidades, endureceriam a distinção entre insiders e outsiders, e prometeriam uma política para recuperar a nossa cultura e recuperar o nosso país.

Um elogio fervoroso àquele cujo primeiro “não é não” se manteve firme, consistente e implacável. A Luís Montenegro, um primeiro passo firme destes vinca qualquer sociedade ao caminho do bom senso, da responsabilidade e da convicção do bom exercício dos poderes políticos nas instituições democráticas.

E quando tudo parece frustração ou um impedimento, quando os instantes em que a solidão obrigam pensar e repensar, no momento em que os parceiros consideram a incapacidade do serviço próprio, na travessia dos grandes desgostos, nas épocas de crise, diante de circunstâncias desafiantes, guarde-se a certeza de que somos atingidos pela oportunidade de elevarmos a nossa responsabilidade, bom-ânimo e ânsia de renovação esquecendo o inútil e servindo, sem cessar, a liberdade.

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