Por mais que uma pessoa, num esforço desesperado para entender a alma humana, se tente habituar, a verdade é que a cegueira da esquerda consegue sempre arranjar uma forma de nos surpreender. Por exemplo: o tempo passa, os anos passam, as décadas passam e o PS e a restante esquerda nativa continuam a não conseguir perceber porque é que o país ainda ouve Aníbal Cavaco Silva, a quem gostam de chamar, com indisfarçável desprezo, “a múmia”.

Esta semana, a esquerda voltou a entrar em hiperventilação com a presença de Cavaco Silva no Conselho de Estado e com o anúncio de que o ex-primeiro-ministro se prepara para publicar um livro sobre “a arte de governar”.

Há uma razão óbvia para esta dificuldade da esquerda com Cavaco Silva: é que ele ganhou quatro maiorias absolutas (duas em legislativas e duas em presidenciais) com votos de socialistas e até, imagine-se o desplante, de comunistas. E, isso, a esquerda, que em Portugal gosta pouco de perder o controlo sobre o eleitorado que julga ser seu por direito, não perdoa.

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