Quem ganha deve governar, esta é a convicção dos militantes do PSD. É o que acontece nas autarquias locais. Era o que acontecia para o governo até à “geringonça” de António Costa e do PS. Deveria ser sempre assim, quem ganha, governa. E, por maioria de razão, também no PSD e na eleição do seu líder.

No passado sábado, Rui Rio obteve uma vitória expressiva com mais de 49% dos votos, enquanto Luís Montenegro teve pouco mais de 41% e Miguel Pinto Luz não chegou às duas casas decimais.

Rui Rio ficou à beira da maioria absoluta, numas eleições que participaram mais de 30 mil militantes. A tramitação eleitoral obriga, porém, à realização de uma segunda volta. Ainda que indiscutível do ponto de vista jurídico, esta situação não beneficia ninguém e leva os militantes a questionar “por que razão têm de ir de novo às urnas, depois de uma vitória tão clara de Rui Rio”.

Não é sequer benéfica para Luís Montenegro, que fatidicamente se permitiu vir agora a público dizer e fazer o que sempre reprovou e condenou a António Costa e aos partidos da “geringonça”. Em vez de assumir como causa primeira os interesses do PSD e do país, preferiu usar os argumentos de António Costa, quando afastou Passos Coelho do Governo em 2015.

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Para o PSD e para todos os que honram o legado do partido, e nomeadamente de Pedro Passos Coelho, é inaceitável transformar a derrota numa vitória, usando os votos dos outros como seus.

Tal como Costa, Luís Montenegro insta a uma maioria negativa. Pede uma mudança centrada nos candidatos menos votados. Perante a derrota, perdeu uma oportunidade de ganhar. Preferiu copiar os socialistas.

Justificar a disponibilidade e a motivação para a segunda volta, dizendo que a maioria dos militantes foi “a favor da mudança” é uma tentativa de revirar a verdade. A verdade é que quase 60% dos militantes consideram que Luís Montenegro não é o melhor dos três candidatos para liderar o PSD nos próximos desafios eleitorais.

A fabricação dos números, a política da ilusão, é um apanágio do PS. Nunca será nem pode ser do PSD. Somos diferentes. Que legitimidade teria um líder eleito como “o mal menor”? O PSD valoriza o mérito e a competência. Sempre teve uma postura de ambição, coragem e espírito reformista, colocando o partido ao serviço do país e dos Portugueses. Os militantes do PSD, de forma coerente, não aceitarão uma coligação negativa, uma reformulação do conceito ‘geringonça’.

No próximo sábado, os militantes sociais-democratas vão reforçar a confiança em Rui Rio e numa alternativa verdadeira e autêntica ao desgoverno de PS e de António Costa.