Há problemas que, para mim, estão acima de qualquer questão política. São questões de princípio. O racismo, a discriminação das minorias, as faltas de respeito pela integridade física e psicológica dos seres humanos são apenas algumas delas. O racismo, por exemplo, tem de ser condenado sem reticências. Duramente. E tem de ser acompanhado de ações públicas e políticas que melhorem o estado das coisas.
Mas de há algum tempo a esta parte, uma questão que parece de simples bom senso transformou-se profundamente. Hoje, para se ser um bom antirracista tem de se subscrever a tese “Orientalista” que muito simplificada nos diz que existe uma permanente perpetuação e reprodução do colonialismo levada a cabo pelas maiorias brancas, que não querem perder o seu estatuto de “originárias” das sociedades ocidentais.
O Orientalismo e o Pós-Colonialismo são teses radicais que possibilitam a perpetuação da luta anticolonial. É esta perspetiva que legitima a violência nas ruas, o vandalismo de estátuas e a mudança de nome de instituições com dezenas de anos. Legitima uma espécie de destruição dos legados históricos, acreditando que se pode fazer tábua-rasa do passado e recomeçar num mundo de perfeita harmonia em que todas as etnias, credos e qualquer outro tipo de diferenças sociais não existem. Ou seja, não é mais do que uma fantasia utópica. E, como todas as utopias, esta também tem um grande potencial destrutivo.
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