Amor ou dor. A vinculação em vez do trauma. A democracia no lugar da autoridade. Auto-estima versus medo. Ou acolhimento e confiança de si no lugar da prepotência e da insegurança. Adaptar-mo-nos a um filho no lugar de ele se adaptar a nós. É assim que muitos colocam a educação de um filho. Como se a educação fora destas alternâncias fosse… negativa.

O que é preocupante em muitos dos modelos de auto-ajuda para os pais é esta forma muito “moderna”, muito “fácil”, muito sem direito a contraditório, muito “socialmente correcta” ou muito “ou preto ou branco” como se vê a educação.

Ora, apesar de todos os erros que eles fizeram, os nossos pais deram o melhor do melhor de si, como educadores. Olhar, hoje, para o nossa educação identifica erros que, daqui a uns anos, os nossos filhos não deixarão de reconhecer na forma como os educamos.

Por outro lado, o amor não se opõe à dor. É demagógico pôr as coisas assim! Definir uma regra não é um exercício de repressão e de autoritarismo. É a forma de uma pessoa, lendo-se a si e ao seu filho, acolher o que haverá de indispensável e de inadiável para ele. Em nome do desenvolvimento que se espera que venha a ter. E de forma a que os seus interesses e as suas necessidades tenham a nossa protecção.

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É claro que contrariar supõe, por vezes, “magoar”. Mas nem aí o sofrimento é a medida do crescimento. E isso não é autoritarismo. É termos a responsabilidade de sermos os guardiões da democracia. (Mesmo quando dizemos “Não!”). Baseada na gratidão. Na admiração. E no respeito mútuos. Não no medo.

Seja como for, a confiança e a auto-estima não se atingem com os pais a “adaptarem-se”, unicamente, aos filhos. O que acontece é que quanto mais os pais educam as crianças, evitando definir limites e regras, mais os tornam inseguros. Porque a sua auto-estima oscila entre “o máximo”, quando as crianças “mandam no jogo”. E “o mínimo”, quando sentem que o mundo não se adapta a elas.

Logo, talvez seja importante colocar bom senso num certo furor: “eduque para a felicidade, depressa e sem erros”. A escolha certa para que os pais cresçam como pais talvez seja: Eduque com erros Mas cresça com tempo. E devagar!