O arcebispo Józef Wesolowski, de 66 anos, foi detido esta terça-feira por membros da Gendarmeria do Vaticano, acusado de pedofilia. O crime terá ocorrido entre os anos de 2008 e 2013, data em que exercia funções como núncio (representante papal) na República Dominicana. O arcebispo terá alegadamente seduzido algumas crianças numa praia em Santo Domingo, capital da República Dominicana.

A detenção foi confirmada pelo padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, e terá ocorrido de acordo com as instruções do Papa Francisco, adiantou o jornal italiano La Repubblica. “A iniciativa tomada pelos orgãos judiciais deve-se à vontade expressa do Papa, de modo a que um caso tão sério e delicado seja resolvido sem demora, com todo o direito e rigor necessários e com a plena assunção de responsabilidades por parte das instituições de Santa Sé”, referiu Lombardi.

As suspeitas de pedofilia já não são de agora. Segundo o Independent, o arcebispo já tinha sido acusado de pagar a menores em troca de serviços sexuais durante o período que passou na República Dominicana, mas as queixas foram retiradas por ter imunidade diplomática. Em 2013, foi obrigado pelo Vaticano a regressar a Roma e a abandonar o cargo de núncio, na sequência de denúncias feitas pelos orgãos de comunicação social dominicanos. Em junho, foi afastado do sacerdócio pela Congregação da Doutrina da Fé pela prática de pedofilia, depois de um julgamento em primeira instância.

Wesolowski deveria ter ficado em prisão domiciliária, mas só agora é que a sentença foi executada. O ex-núncio está atualmente num convento em Roma e aguarda julgamento num tribunal criminal fora do Vaticano. Esta é a primeira vez que uma medida deste género é tomada contra um alto membro da Igreja Católica.

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