O quase certo candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa pode mesmo vir a ter o apoio formal de três ex-Presidentes da República, avança o semanário Sol na edição desta semana. Mário Soares foi o primeiro a assumir o apoio, logo quando surgiram as primeiras notícias do avanço de Nóvoa no início do mês, e agora deverão seguir-se Ramalho Eanes e Jorge Sampaio.

O ex-reitor da Universidade de Lisboa vai oficializar a candidatura entre os dias 27 e 29, logo a seguir às comemorações do 25 de abril. O Partido Socialista ainda não afirmou se vai ou não apoiar o candidato, mas depois da nega de António Guterres, é o cenário que está a ser visto como mais provável. Carlos César

De acordo com o mesmo jornal, o apoio de Eanes já é certo, mas só será concretizado num ato isolado depois da formalização da candidatura de Sampaio da Nóvoa. Ao contrário de Soares, que deverá estar na primeira fila da cerimónia pública de anúncio da candidatura, Ramalho Eanes faltará ao evento. O jornal i avança esta sexta-feira, de resto, que a cerimónia já tem finalmente data e local marcados: será no dia 29 de abril, no Teatro da Trindade.

Jorge Sampaio também não estará na cerimónia mas, segundo o semanário, já admitiu poder vir a apoiá-lo nos próximos meses, “se for caso disso”. O discurso de Sampaio está em linha com o do Partido Socialista. Até aqui, o ex-chefe de Estado tinha recusado sempre entrar no debate sobre putativos candidatos presidenciais por não ser “o tempo próprio”. “Esse momento ainda não chegou e não parece provável que chegue nos próximos meses”, disse há duas semanas ao Expresso. Legislativas primeiro, presidenciais depois, era o mote.

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Mas o ‘não’ de António Guterres, que fez com que o PS ficasse sem muitas alternativas, acelerou a máquina. Agora, o Sol diz que o Jorge Sampaio já admite apoio ao ex-reitor, e que esse apoio pode mesmo chegar nos próximos “20 dias ou dois meses”, ou seja, muito antes das legislativas.

Depois das reações isoladas, e algumas inflamadas, que surgiram no seio do PS nos dias depois de o avanço de Sampaio da Nóvoa ser dado como certo, o Partido Socialista dividiu-se em torno de manifestações de apoio ou de recusa perante a figura do antigo reitor da Universidade de Lisboa. O semanário Expresso chegou a noticiar que Nóvoa já teria negociado o apoio do partido com António Costa, mas o secretário-geral socialista negou a informação e deu imediatamente ordens ao partido para arrumar o dossiê presidencial na gaveta e concentrar-se nas legislativas.

O presidente do partido, Carlos César, contudo, tem sido um dos maiores defensores de Nóvoa e não tem poupado oportunidades para falar sobre o assunto. Ainda no domingo, nos Açores, disse aos jornalistas que Sampaio da Nóvoa pensava Portugal “com serenidade”, e que era por isso uma das personalidades que “melhor representava” aquilo de que o país precisa neste momento.