Os trabalhadores da Unicer em Leça do Balio, no concelho de Matosinhos, aprovaram hoje uma moção na qual se mostram disponíveis para encontrar soluções que evitem despedimentos na empresa, decisão que repudiam e dizem não compreender.

Em declarações aos jornalistas na sequência do plenário em Leça do Balio e um dia antes de igual reunião acontecer com os trabalhadores da fábrica de refrigerantes de Santarém, cujo fecho foi anunciado na semana passada, Eduardo Andrade, da Comissão de Trabalhadores, disse que, depois de discutida e aprovada em Santarém, a moção será levada à administração, o que significa que “o ónus fica do lado da empresa”.

Caso a resposta não seja positiva, a moção adianta que os trabalhadores “efetivarão em massa a participação nas formas de luta e protesto que estes achem convenientes e proporcionais à onerosidade e infortúnio que tais decisões acarretariam para os trabalhadores envolvidos e seus familiares”.

“Uma vez que a Unicer assume que não está a sair do mercado dos sumos e dos refrigerantes não faz sentido nenhum entregar essa operação a um concorrente. O que os trabalhadores disseram também foi que, dada a reestruturação que tem vindo a ser feita desde 2006, não faz sentido nenhum a dispensa de 70 trabalhadores em Leça do Balio e por isso se opõem totalmente a esta decisão”, afirmou Eduardo Andrade.

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Também o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) Fernando Rodrigues disse que é preciso esperar para “ver qual é a resposta da empresa relativamente à moção” e que o que “os trabalhadores exigem e não compreendem [é] esta posição da empresa e exigem que a empresa faça o retrocesso de todo este processo”.

Numa mensagem escrita entregue aos jornalistas, a Unicer disse não ter “informação adicional a acrescentar à que foi tornada pública no passado dia 08 de outubro”, quando anunciou que iria proceder ao ajustamento da sua estrutura, devido à retração de alguns mercados, sobretudo o angolano.

Nesse documento, a empresa disse-se “empenhada em encontrar uma solução que minimize o impacto das medidas anunciadas junto de, aproximadamente, 140 colaboradores (70 em Santarém e 70 afetos à estrutura central e de apoio ao negócio)”.

“A empresa estima assegurar empregabilidade para 50% dos colaboradores afetos a Santarém, através de 25 vagas no parceiro de negócio que passará a assegurar a produção (…) e cerca de 10 oportunidades de mobilidade interna na estrutura global da empresa”, acrescentou.

A Unicer fechou 2014 com um aumento de vendas dos 462,8 em 2013 para os 476,8 milhões de euros e um crescimento dos lucros de 26,7 para 33 milhões de euros, num resultado por ação de 0,66 euros, acima dos 0,53 de 2013.