Um estudo publicado na Royal Society Open Science sugere que ninguém consegue manter mais do que 150 verdadeiras amizades através das redes sociais, à semelhança do que acontecerá na vida real. Conduzida pelo psicólogo britânico Robin Dunbar, a investigação indica que “há alguma flexibilidade, talvez, mas não muita, e depende essencialmente no quão fraca ou forte se quer que a amizade seja”.

O psicólogo também adianta que a maior parte das pessoas com as quais se criam amizades através do Facebook não têm um interesse genuíno nos problemas das pessoas. Na verdade, acredita ele, apenas quatro pessoas do universo de amigos no Facebook é que se preocupam ou simpatizam com os problemas alheios. E parece que este número também é válido na vida real.

Estes números – que já foram batizados de “os Números de Dunbar” – são tão reduzidos porque obedecem à nossa habilidade de processar múltiplas relações e ao tempo que temos disponível, explica o professor universitário. “Julga-se que cada um tem uma quantidade limite de capital social” e que “podemos escolher em investir pouco em muita gente ou muito em pouca gente”, acrescenta Dunbar. Mas não se pode ultrapassar o limite que ele diz ter descoberto através do estudo em que participaram 3375 pessoas.

Imagine que tem 2000 amigos adicionados na sua página. Segundo os resultados da investigação de Dunbar, pelo menos 1850 deles não passam de conhecidos: são pessoas com que nos identificamos, com quem já nos cruzámos ao longo da vida ou pessoas a quem nos sentimos obrigados a ligar nas redes sociais. Em nenhum dos casos se mantém uma verdadeira relação de amizade, diz o psicólogo. E mesmo entre os 150 verdadeiros amigos existe alguma diferenciação: há 15 melhores amigos e 50 bons amigos.

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