A Comissão Europeia tem de respeitar os caminhos seguidos pelos governos, desde que estes atinjam as metas definidas, defende esta segunda-feira o comissário português, Carlos Moedas.

Em entrevista ao Jornal de Negócios, o comissário, que fez parte do governo de coligação PSD-CDS, reconhece que a Comissão Europeia “pode gostar mais de uns caminhos ou de outros”, mas realça também que Bruxelas “tem de respeitar que os países cheguem a esse ponto de uma maneira diferente. É isso que diferencia os governos.”

Para Carlos Moedas, o atual governo “tem estado sempre a cumprir”, enviando o que é necessário, mas deixa o aviso: “o pior que se pode fazer é dar más notícias de surpresa”. E assegura que até as más notícias podem ser digeridas por Bruxelas, se forem dadas com tempo.

Carlos Moedas, que tem os pelouros da ciência, investigação e inovação, recusa a tese de que a Comissão Europeia tenha alguma desconfiança em relação ao governo português socialista, e apoiado à esquerda. “Nunca houve qualquer desconfiança. A Comissão Europeia olha para todos os governos da mesma maneira. Quando se está à volta da mesa e são 28 [comissários], metade dos meus colegas não tem presente exatamente qual é a formulação do Governo em Portugal e se tem o apoio de determinado partido.”

Neste entrevista, Moedas destaca que a “Comissão está muito mais focada nos países chegarem onde se quer”. Mas assinala também que Bruxelas pode avisar publicamente quando acha que o caminho não está bem. “Temos de respeitar a soberania, mas respeitar não significa que não se critique”.

O comissário assinala ainda que os relatórios de Bruxelas são produzidos por funcionários da casa, “não são declarações políticas”.

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