Tem a mania das limpezas e lava as mãos ao seu filho logo a seguir ao mínimo contacto com um animal? Um estudo sobre alergias veio concluir que a disciplina da limpeza e da higiene podem tornar as crianças mais vulneráveis. Investigadores americanos concluíram que logo no primeiro ano de vida a exposição a bactérias e a alergénios reduz o risco de futuras alergias e problemas respiratórios, como a asma.

Os investigadores analisaram as casas de 104 recém-nascidos de Baltimore, Boston, Nova Iorque e St. Louis. A ideia era perceber os tipos e os níveis de alergénios presentes no ambiente onde viviam. A saúde e o desenvolvimento destas crianças foram acompanhados durante os primeiros anos de vida.

Para surpresa dos investigadores, descobriu-se que as crianças expostas a mais alergénios, como pelos de gato, desenvolvem menos alergias e problemas respiratórios no futuro.

“O que encontrámos foi, de alguma forma, surpreendente e contraditório das nossas expectativas” disse o co-autor do estudo, Robert Wood, chefe do serviço de alergia e imunologia no Johns Hopkins Hospital (Baltimore). O estudo concluiu que 41% das crianças que não sofrem de alergias e doenças respiratórias vivem em casas com maior concentração de bactérias. Só 8% das crianças expostas a germes desenvolveram alergias.

Os outros 51%, que crescem em casas mais limpas e com cuidados de higiene acrescidos, são “três vezes” mais suscetíveis a desenvolver alergias e problemas respiratórios.

Os tipos de alergénios e de bactérias também influenciam o desenvolvimento do sistema imunitário das crianças. Crianças expostas a uma grande variedade de germes desenvolvem menos alergias aos três anos de idade. Os investigadores da Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia alertam, no entanto, para o facto de estes serem resultados preliminares e desencoraja o leitor a ir adquirir, já de seguida, um animal.

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