Na última semana Ricardo Salgado fez um périplo de São Bento até Angola para conseguir assegurar a liquidez do Grupo Espírito Santo: precisava de 2,5 mil milhões de euros. Tal como o Observador noticiou ontem, o líder do BES pediu pessoalmente ajuda ao primeiro-ministro, que lhe negou a intervenção do Estado. Hoje, o Expresso acrescenta que, depois da recusa de ajuda do Governo português, Salgado foi em seguida até Angola. E voltou para Portugal com a mesma resposta negativa.

Os contactos com o Governo português terão começado ainda em maio, numa primeira reunião com a ministra das Finanças, escreve o semanário. A administração do Grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado sondou o Governo no sentido de avaliar a possibilidade de a Caixa Geral de Depósitos liderar um sindicato bancário nacional que investisse no Espírito Santo Internacional e na Rio Forte, que é hoje a holding central do grupo. Tudo porque o Banco de Portugal tinha detetado irregularidades graves nas contas destas empresas da área não-financeira do grupo.

A pretensão de Ricardo Salgado era a de ter um empréstimo, com juros bonificados, de 2,5 mil milhões de euros, que ajudaria o grupo a respirar de alívio para fazer face a compromissos de curto prazo. O argumento, usado primeiro com Maria Luís Albuquerque e depois com Passos Coelho foi sempre o mesmo: o risco sistémico, diz o Expresso.

Depois de ouvir a resposta negativa do Governo português, de acordo com o semanário, Salgado foi até Angola ainda esta semana que passou para fazer o mesmo pedido junto de investidores e altas figuras do regime. Mas regressou para Portugal com a mesma resposta. A demissão de líder do grupo aconteceu depois destas duas recusas.

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Já o Público escreve hoje que supervisores do Banco de Portugal foram aos Estados Unidos para fazer investigações nas instalações do Banco Espírito Santo em Nova Iorque e em Miami, para averiguar se a instituição actuou de modo diligente perante suspeitas de branqueamento de capitais, ou de outras ilicitudes, em transacções envolvendo contas na América Latina e na Líbia.