O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse  esta sexta-feira que vai abordar a questão da espionagem com o homólogo norte-americano, John Kerry, à margem das negociações sobre o nuclear iraniano deste fim de semana em Viena.

Um dia depois de a Alemanha ter expulsado o chefe dos serviços secretos da embaixada dos Estados Unidos em Berlim, o ministro alemão afirmou que os laços entre os dois países devem assentar “na confiança e no respeito mútuo” e ser “revigorados numa base de honestidade”.

“Esta é a mensagem que transmitirei ao meu colega norte-americano John Kerry quando nos encontrarmos no fim de semana em Viena”, disse Steinmeier à imprensa.

“Apesar dos acontecimentos das últimas semanas, que são preocupantes e que nos levaram a tomar a decisão de ontem (quinta-feira), a nossa parceria com os Estados Unidos é incontornável”, acrescentou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A expulsão do responsável norte-americano, uma medida raríssima entre aliados na NATO, foi decidida pelo governo alemão depois da descoberta de dois alegados espiões alemães que passavam informações aos Estados Unidos.

Na semana passada, foi revelado que um agente dos serviços de informações alemães (BND) era suspeito de trabalhar também para a CIA e, na quarta-feira, o Ministério Público alemão anunciou estar a investigar um outro caso de espionagem que, segundo os ‘media’ alemães, envolve um oficial do exército alemão.

Estes casos agravaram a tensão entre a Alemanha e os Estados Unidos criada pela revelação, em 2013, de escutas norte-americanas ao telemóvel da chanceler alemã, Angela Merkel.