O candidato à liderança do Partido Socialista (PS), António Costa, considerou este sábado que as últimas sondagens, com a descida do partido, demonstram a urgência de uma nova direção.

“A sondagem [do Correio da Manhã] aproxima-se dos maus resultados que o PS teve nas eleições europeias e é uma demonstração de como é urgente o PS vencer esta página e poder concentrar-se naquilo que é necessário”, declarou aos jornalistas.

Falando no final da inauguração da sua sede de campanha, em Felgueiras, Costa acrescentou que a sondagem também demonstra a necessidade “de ter um PS mais forte, com uma nova liderança capaz da fazer na mudança que o país precisa”.

O candidato foi este sábado recebido em Felgueiras em clima de festa, não faltando os bombos tradicionais da região do Tâmega e Sousa.

Falando numa sala cheia, com dezenas de militantes e simpatizantes, António Costa destacou os apoios que hoje recebeu de dois históricos do PS no norte do país: Fernando Gomes, que tinha estado com Costa em Valongo, e Carlos Lage, presente em Felgueiras. No final, aos jornalistas, comentou importância daqueles apoios.

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“Esta tarde tem sido rica em apoios, quer de simpatizantes que não são militantes do PS, quer de grandes figuras históricas socialistas, como o Dr. Fernando Gomes e o Dr. Carlos Lage”, disse, acrescentando: “São dois históricos do PS no Norte do país que me conhecem bem e sabem o conhecimento que tenho do país, o apoio que sempre dei às políticas de descentralização e a confiança que sentem no contributo que posso dar, nesta fase da vida do PS, para a sua liderança e para a mudança política que é necessário fazer em Portugal”.

A ouvir Costa estavam outras figuras do PS nortenho, como José Lelo, Manuel Pizarro e Isabel Oneto. O líder concelhio, Eduardo Bragança, não estava presente.

O autarca de Lisboa afirmou também que tem vivido “o debate este debate interno no PS com elevação, camaradagem e fraternidade”.

“Nem faço, nem respondo a ataques pessoais. Devemos concentrar-nos naquilo que importa ao país e termos um novo Governo que possa apostar na qualificação, desenvolvimento gerador de crescimento e emprego e capaz de defender os interesses nacionais em Bruxelas”, observou.

No discurso perante os militantes tinha recordado que, enquanto ministro da Justiça, nunca tinha encerrado tribunais. Convidado, no final, a revelar se reabrirá tribunais se um dia for primeiro-ministro, respondeu: “A justiça tem de estar próxima dos cidadãos e é fundamental que seja prestada junto às populações, porque só assim a função reparadora da justiça é percebida pela comunidade”.

Costa considerou que é “é preciso continuar a ter os julgamentos nos sítios próximos das populações, que os tribunais continuem a servir as populações e termos uma Justiça mais ágil e eficiente”. O candidato à liderança do PS sublinhou que são bem conhecidas as suas posições sobre as questões da justiça e sobre outras matérias, porque não precisa de dizer hoje aquilo que disse ao longo dos últimos 20 anos.

“Ao longo destes anos não andei a gerir silêncios, nem andei a passar discreto. Assumi sempre as minhas responsabilidades, como membro do Governo e como deputado”, acrescentou.