Pelo menos dois casos suspeitos de branqueamento de capitais em Angola, envolvendo verbas acima de um milhão de dólares, foram participados aos tribunais pelos órgãos de investigação policial.

Os dados foram transmitidos esta quarta-feira pela diretora da Unidade de Informação Financeira (UIF), Francisca de Brito. Citando a informação recebida da polícia, garantiu que “há pelo menos dois casos já em tribunal”, participados pela UIF.

Ambos envolvem “uso de dinheiros públicos e fraude”, além da “disseminação” das “verbas suspeitas” pelo sistema financeiro nacional, para “esconder” a sua origem.

“A gente só pode dizer que resultou [a investigação] quando realmente alguém for condenado por branqueamento de capitais nos casos saídos da UIF”, sublinhou Francisca de Brito, em declarações emitidas hoje pela rádio pública angolana.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A UIF é um órgão tutelado pelo ministério das Finanças de Angola e que, atuando como supervisor, participa posteriormente casos suspeitos de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo aos órgãos de investigação criminal.

“Estamos a falar de montantes consideráveis, que rondam um milhão de dólares”, acrescentou a diretora da UIF, a propósito dos dois casos que seguiram para tribunal e que envolvem, disse, cidadãos angolanos.

Até ao momento, afirmou ainda Francisca de Brito, não é conhecida qualquer condenação em Angola por branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

Contudo, só este ano, de acordo com dados daquela unidade, foram sinalizados “mais de 60 casos suspeitos” para investigação, maioritariamente oriundos de atividades envolvendo produtos e serviços bancários.

Angola assumiu a 05 de setembro a presidência do Grupo Regional da África Oriental e Austral no Combate ao Branqueamento de Capitais, durante a 14.ª Reunião do Conselho de Ministros da instituição, realizada em Luanda.

Na ocasião, o ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, assumiu o “compromisso inequívoco” do executivo na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.