Mais de 300 pessoas manifestaram, esta noite, na praça de Times Square, em Nova Iorque, em solidariedade para com os protagonistas dos protestos pró-democracia de Hong Kong.

Gritando “Hong Kong sê forte” muitos dos participantes da manifestação de apoio também acenaram guarda-chuvas e pequenos laços amarelos, que se tornaram símbolos dos protestos em curso na Região Administrativa Especial chinesa.

“Nova Iorque apoia a democracia em Hong Kong”, dizia uma das mensagens grafadas em cartazes amarelos sob a imensa luz da célebre praça de Manhattan.

Alguns participantes não esconderam a sua preocupação relativamente ao impasse que se vive em Hong Kong, onde milhares de manifestantes, na sua maioria jovens, protestam contra a recusa de Pequim em garantir pleno sufrágio universal nas próximas eleições para o chefe do Executivo, em 2017.

“Vai ser um longo combate”, disse Erin Robles, de 22 anos, mostrando-se muito preocupado com o que sucede em Hong Kong, donde saiu para ir estudar para os Estados Unidos. “Eu espero que a população se mantenha firme e continue a bater-se pelos seus direitos”, frisou.

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A campanha de desobediência civil que estava a ser preparada teve o seu início antecipado no domingo, com o movimento ‘Occupy Central’ a reforçar os protestos dos estudantes que arrancaram na segunda-feira da semana passada com um boicote às aulas.

A Região Administrativa Especial de Hong Kong tem sido palco de protestos, contra a recusa de Pequim em admitir o sufrágio universal para a eleição do chefe do Governo local, os quais ganharam uma dimensão inesperada.

A polícia antimotim recorreu mesmo ao uso de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes após o intensificar da agitação nas ruas durante o fim de semana, altura em que o movimento ‘Occupy Central’ se juntou aos protestos estudantis, antecipando o início da sua campanha de desobediência civil prevista para arrancar a 01 de outubro, Dia Nacional da República Popular da China.

Os protestos são motivados pela decisão de Pequim que anunciou, em 31 de agosto, que os aspirantes ao cargo de chefe do executivo de Hong Kong vão precisar de reunir o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité de nomeação, controlado pelo governo central chinês, para poderem concorrer à próxima eleição e que apenas dois ou três candidatos serão selecionados.

Os residentes da antiga colónia britânica poderão exercer o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de ‘triagem’.

A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que poderia escolher diretamente o seu líder em 2017.