António Marinho e Pinto vai apresentar uma queixa-crime contra “incertos” devido a uma página falsa criada no Facebook alegadamente para fins de propaganda do seu recém-formado Partido Democrático Republicano (PDR). Além da queixa na justiça, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados garantiu ainda ao Observador que vai apresentar uma providência cautelar para retirar a página da internet.

A página “é muito prejudicial para o partido”, disse Marinho e Pinto ao Observador esta quarta-feira, dois dias depois de ter garantido que se tratava de uma publicação “falsa”, com um logótipo diferente do logótipo oficial do partido e de ter sublinhado que o PDR não era um partido “homofóbico”.

A página, que conta já com 319 ‘gostos’ (seguidores), leem-se afirmações homofóbicas e polémicas como:

 “A homossexualidade é uma opção de vida válida, mas não poderá ser imposta impunemente aos nossos filhos por lobbies infiltrados no poder. Exigimos o regresso do serviço militar obrigatório e a promoção em igualdade de uma educação assente nos valores da virilidade saudável”.

“Ir à praia não pode ser uma bandalheira num país que tanto depende do turismo balnear. Para manter as nossas praias apelativas ao turista estrangeiro, urge implementar uma política de bermuda obrigatória para homens e de autorização de bikini mediante exame prévio para as senhoras. Há mar e mar, há ir e voltar!”.

“Para manter vivo este espírito de patriotismo e progresso, exigimos que o Estado forneça a cada cidadão um rebento de sobreiro, que o mesmo deverá cultivar até à idade adulta sob pena de multa”.

E em reação às notícias que dão conta de que o próprio fundador do partido diz que a publicação é falsa, os gerentes da página naquela rede social garantem que se trata de “uma página verdadeira cuja existência é inquestionável”.

O Partido Democrata Republicano foi apresentado este domingo, dia da implantação da República, em Coimbra. Marinho e Pinto esteve presente na qualidade de fundador, tendo falado para uma plateia de cerca de 300 pessoas. Na génese do discurso fundador estiveram os ataques aos partidos políticos, aos deputados e aos governantes em geral.

O PDR surge depois de Marinho e Pinto ter sido eleito eurodeputado pelo MPT (Partido da Terra), que abandonou pouco depois de chegar a Bruxelas.

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