Richard Branson, fundador da Virgin Galactic, pronunciou-se este sábado sobre o acidente com a nave espacial de sexta-feira, que resultou num morto e num ferido grave. As palavras foram de cautela, mas a intenção de atuar no turismo espacial mantém-se, com uma ressalva: só depois de a empresa melhorar a segurança dos voos.

“Não vamos [atrás da ideia] cegamente”, disse o milionário no primeiro comentário público depois da SpaceShipTwo ter caído sobre o deserto Mojave na Califórnia, após ter levantado voo, citado pelo Wall Street Journal.

As declarações foram proferidas numa conferência de imprensa e Branson recordou os problemas de segurança que existiam nos primórdios da aviação, para lembrar que, com o tempo, os voos se tornaram “muito seguros”. “Esperamos que um dia os pilotos de teste nos permitam levar as pessoas ao espaço com segurança”, acrescentou.

O acidente pode ter ameaçado o sonho de Richard Branson, mas o fundador da Virgin admitiu que espera que o trabalho da empresa continue. “Devemos isso aos nossos pilotos de teste, descobrir o que correu mal. Quando ultrapassarmos isto, vamos certificarmo-nos absolutamente de que o sonho vive”, disse, acrescentando que o voo de sexta-feira foi o maior teste alguma vez levado a cabo por um projeto comercial, “precisamente para assegurarmos que isto nunca vai acontecer ao público”, referiu.

Branson informou que quem já reservou um lugar no voo espacial pode pedir para ser reembolsado. São cerca de 700 pessoas, que pagaram entre 159 mil euros e 199 mil euros para reservar o seu lugar. As vendas totalizaram cerca de 63,6 milhões de euros, mas Branson revelou que esse dinheiro não foi utilizado para desenvolver a nave espacial.

O milionário e empreendedor britânico tinha avançado que ele e o filho estariam entre os primeiros turistas espaciais, mas não adiantou se mantinha a sua intenção, depois do acidente, que já começou a ser investigado pelas autoridades norte-americanas.

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