O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assumiu neste domingo a responsabilidade pela derrota dos democratas, que lidera, nas eleições intercalares de terça-feira. “Fomos vencidos”, reconheceu, em entrevista a um programa da CBS News. “A última responsabilidade é minha e, portanto, se o desempenho do partido não é bom, como líder, tenho de assumir a responsabilidade por isso”, frisou.

O Partido Republicano foi o grande vencedor das eleições intercalares de terça-feira nos Estados Unidos, conquistando o Senado e alargando o controlo da Câmara dos Representantes. “É verdadeiramente necessário estender a mão à oposição”, disse Obama. “Não fomos bem sucedidos a explicar aos americanos o que estamos a tentar fazer e por que estamos no bom caminho, o que é um fracasso político que devemos corrigir”, assumiu.

“As pessoas têm a sensação de que as coisas não avançam, mesmo que não haja qualquer dúvida de que a economia melhorou claramente “, realçou. Na mesma entrevista à CBS, Obama falou sobre vários assuntos de política externa. Por exemplo, reconheceu que persiste “um enorme fosso” nas negociações sobre o nuclear com o Irão.

“Diminuir esse fosso, de forma a que [o Irão] possa reentrar na comunidade internacional, as sanções possam ser lentamente diminuídas e haja garantias verificáveis e rigorosas de que não estão a ser desenvolvidas armas nucleares” é o objetivo dos Estados Unidos, resumiu Obama, para depois admitir: “Talvez não consigamos chegar lá.”

Sobre o aumento do número de tropas dos Estados Unidos no Iraque, Obama justificou-a com a “nova fase” de instabilidade no país, onde vastas zonas estão sob controlo dos fundamentalistas do Estado Islâmico (ISIS). Mais 1.500 soldados americanos foram mobilizados para o Iraque na sexta-feira, no quadro da operação contra o ISIS. “A fase 1 era conseguir um governo iraquiano que fosse inclusivo e credível — e conseguimos isso”, destacou Obama.

“Mais do que apenas deter o avanço do ISIS, estamos agora em posição de começar alguma ofensiva”, garantiu, repetindo que as tropas americanas não se vão envolver em combates, mas concentrar-se em recrutar e treinar iraquianos sunitas e curdos para combater o grupo fundamentalista de inspiração xiita. “Vamos garantir apoio aéreo quando [os que combatem o ISIS] estiverem preparados para avançar”, indicou, sem descartar o envio de mais soldados americanos para o Iraque.

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