A Câmara de Ourém, que tem um acordo de geminação com o município cabo-verdiano de São Filipe, na ilha do Fogo, apelou nesta terça-feira à doação de bens para os desalojados da erupção vulcânica. Numa nota de imprensa, aquele município do distrito de Santarém, que vai lançar uma campanha de solidariedade, apela à população para ajudar as vítimas “através da doação de bens, como roupas, produtos alimentares não perecíveis, material escolar”, entre outros.

“Numa altura tão difícil para todos habitantes da ilha do Fogo, não podemos ficar indiferentes, pelo que decidimos lançar esta campanha. Tudo faremos para ajudar a minimizar o impacto desta situação”, afirma Paulo Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Ourém, citado na mesma nota de imprensa.

A entrega das doações deve ser realizada no Centro Comunitário de Voluntariado de Ourém, acrescenta a autarquia, que se associa com esta campanha à Embaixada da República de Cabo Verde em Lisboa e à União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa.

Estas duas entidades divulgaram em dezembro a lista dos bens de necessidade urgente, onde se incluem “kits” de primeiros socorros e de cozinha, rádios VHS e VHF, televisores, cobertores, lençóis, macas, catres, reservatórios de água, material médico, como água oxigenada, ligaduras e gesso, entre outros, alimentos não perecíveis e materiais escolares e pré-escolares. Ourém está geminado com São Filipe desde 1999, tendo, antes desta data e depois, desenvolvido diversas ações solidárias, entre outras iniciativas, com o município cabo-verdiano.

O vulcão entrou em erupção a 23 de novembro e os prejuízos estão avaliados em mais de 45 milhões de euros. A população de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos no Fogo, continua a deslocar-se diariamente para os terrenos agrícolas que não foram consumidos pela lava, estando a recolher feijão e outros produtos e a cuidar dos animais.

A erupção vulcânica já consumiu duas localidades de Chã das Caldeiras (Portela e Bangaeira) e destruiu mais de 30% dos 700 hectares de terra cultivável e várias infraestruturas, mas não provocou vítimas. Os cerca de 1.500 habitantes das duas povoações foram retirados de Chã das Caldeiras e grande parte deles está instalada em três centros de acolhimento no norte e no sul da ilha do Fogo.

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