O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT (STPT) pediu uma reunião com caráter de urgência ao presidente da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, sobre a atual situação da Portugal Telecom. “De forma a que os trabalhadores possam receber a informação possível relativa à atual situação da Portugal Telecom, solicitámos já ao presidente da CMVM que receba o STPT com a maior urgência”, lê-se no comunicado do sindicato.

O documento surge a dias da realização da assembleia-geral de acionistas da PT SGPS sobre a eventual venda da PT Portugal aos franceses da Altice, reunião que o sindicato considera que “deve ser adiada”, já que é “determinante quanto ao futuro da PT Portugal”.

No documento, o sindicato lembra que está a acompanhar o processo de fusão com a Oi e tem mantido contactos com os interessados na aquisição da PT Portugal, no caso da Altice, e da PT SGPS, no caso da Terra Peregrin, de Isabel dos Santos. O STPT sublinha que a sua principal preocupação é acautelar os postos de trabalho e os direitos contratuais dos trabalhadores e conhecer a validade dos projetos na área das telecomunicações, tendo em consideração nomeadamente o interesse da economia portuguesa.

“Os trabalhadores, designadamente, os que são representados pelo STPT são necessariamente uma parte interessada quanto às condições da venda da PT Portugal”, refere.

Na quarta-feira, o Conselho de Administração da PT SGPS esclareceu que a assembleia geral agendada para 12 de janeiro mantém-se e que “só os acionistas” é que podem decidir pela sua suspensão. Em comunicado, o Conselho de Administração da empresa adiantou que, “estando a assembleia geral regularmente convocada, só os acionistas da PT SGPS poderão, se assim o entenderem, decidir suspender a sessão”.

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Na reunião magna da próxima segunda-feira os acionistas da PT SGPS irão votar a venda, ou não, da PT Portugal (que detém a Meo e o Sapo, entre outros serviços) ao grupo francês Altice.

Relativamente às buscas na sede da empresa e na PricewaterhouseCoopers (PwC) realizadas na terça-feira pelas autoridades, a PT SGPS adianta que o relatório emitido pela consultora “não tem por objeto qualquer matéria submetida à apreciação ou deliberação dos acionistas na assembleia geral”. A empresa, que detém a dívida da Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES) e uma participação na Oi, entende que “a informação prévia à assembleia geral, nomeadamente a respeitante à proposta de deliberação e do documento informativo, cumpre integralmente as disposições legais aplicáveis”, pelo que a assembleia geral mantêm-se.