O Exército da Nigéria enfrentam os extremistas do Boko Haram que lançaram hoje um ataque no nordeste do país, no mesmo dia em que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, é esperado em Lagos.

De acordo com a imprensa nigeriana, soldados e extremistas envolveram-se em confrontos depois de centenas de homens do grupo Boko Haram terem tentado invadir a capital do Estado de Borno.

Segundo relatos de testemunhas, depois do ataque durante a madrugada, ouviram-se disparos de artilharia contra a cidade de Maiduguri que está a ser sobrevoada pelos aviões de combate da Força Aérea nigeriana.

A batalha obrigou o Governo a decretar o recolher obrigatório da cidade “até novo aviso” informou o Ministério da Defesa através da conta oficial de Twitter.

Fontes militares referem que o Exército está também a repelir um segundo ataque contra a localidade de Monguno, na mesma região.

“Passamos toda a noite acordados porque tentaram invadir Maiduguri a partir do eixo de Dalma e Limanti, mas os nossos soldados foram capazes de conter o ataque”, disseram as fontes militares ao jornal Premium Times, de Lagos.

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Os extremistas islâmicos recuaram mas voltaram a lançar um ataque de flanco o que fez com que tivessem sido mobilizadas mais tropas governamentais para a localidade de Njimtilo, a 20 quilómetros de Maiduguri forçando os civis a deslocarem-se para o centro da capital do Estado.

A ofensiva dos extremistas islâmicos coincide com a visita prevista para hoje do secretário de Estado norte-americano, John Kerry que anunciou esta semana que tencionava deslocar-se à Nigéria para contactos com o presidente Goodluck sobre as eleições de fevereiro, além de reuniões sobre o Boko Haram.

O chefe de Estado Jonathan Goodluck vai recandidatar-se ao cargo nas eleições presidenciais numa altura em que se regista uma escalada de violência no norte da Nigéria onde o Boko Haram controla extensos territórios, cometendo atentados e sequestros quase diariamente.

O Boko Haram luta pela instauração de um estado islâmico na Nigéria e mantem uma campanha de violência no país tendo provocado a morte de pelo menos três mil pessoas desde o princípio do ano, de acordo com dados do Governo de Lagos.