As negociações de paz entre a Ucrânia e os separatistas pró-russos que se realizaram este sábado em Minsk terminaram sem acordo, afirmou o enviado do governo ucraniano, o ex-presidente Leonid Kutchma, acusando os rebeldes de boicotarem as conversações.
“As consultas de Minsk foram um fracasso”, disse Kutchma à agência Interfax-Ucrânia. “Fracassaram devido à ausência dos signatários dos acordos de Minsk (de setembro passado), Alexandr Zakharshenko e Igor Plotniski”, líderes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
Kutchma acrescentou que os enviados dos dois líderes separatistas, Denis Pushilin e Vladislav Deinego, se recusaram a discutir o plano de medidas para um cessar-fogo imediato e para a retirada do armamento pesado.
Na sexta-feira, dia inicialmente avançado para as negociações que acabaram por se realizar hoje, os separatistas asseguraram que os ‘presidentes’ das duas regiões só iriam pessoalmente a Minsk “se houvesse um documento para assinar” e ameaçaram ampliar a sua ofensiva “até à libertação total das regiões de Donetsk e Lugansk”, grande parte das quais ainda está sob controlo do exército ucraniano.
Quando decorriam as conversações na capital da Bielorrússia, iniciadas ao princípio da tarde, a presidência russa anunciou que Vladimir Putin manteve uma conversa telefónica com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o presidente francês, François Hollande, sobre a situação no leste da Ucrânia, durante a qual apelaram para a conclusão de uma trégua em Minsk.