O jornalista australiano Peter Greste, deportado no domingo após 400 dias na prisão no Egito, “não vai descansar” até ver libertados os seus dois colegas egípcios, um dos quais com passaporte canadiano, disse hoje a sua família.

Andrew Greste disse que o seu irmão é um jornalista que acredita nos princípios do seu trabalho e que, “sem dúvida, vai dedicar parte do seu tempo e energia à causa, e não esquecerá os seus dois companheiros”.

Os dois colegas de Peter Greste presos no Egito são o egípcio com passaporte canadiano Mohamed Fahmy, e o egípcio Baher Mohamed.

“Sem dúvida que a sua alegria é moderada e contida, e assim vai ser até que os outros dois sejam libertados. Ele não vai parar até que Baher e Mohamed Fahmy estejam livres”, disse o irmão de Peter Greste numa conferência de imprensa em Brisbane, ao lado dos pais, Juris e Lois.

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“Desejamos paz, prosperidade e esperança no futuro a todo o povo do Egito. Esperamos que o vosso país possa avançar para uma democracia mais segura, estável e próspera”, disse Andrew.

O irmão de Peter Greste agradeceu a todos os que contribuíram para a libertação do jornalista australiano, afirmando que ele se encontra “a salvo, saudável e muito feliz por estar a caminho de casa”.

As autoridades egípcias ordenaram no domingo a expulsão do jornalista australiano, condenado a sete anos de prisão por “difusão de informações falsas” e apoio aos islamitas. Horas depois, o jornalista embarcou num voo com destino a Chipre, de onde deverá seguir mais tarde para a Austrália.

Segundo a família, Mike, outro irmão de Peter Greste, está com o jornalista em Chipre, país onde “vai pôr os seus pensamentos em ordem para voltar para casa”.

Greste, Fahmi e Mohamed foram detidos em dezembro de 2013 no Cairo, quando cobriam a repressão dos islamitas que se seguiu à deposição pelas Forças Armadas do presidente eleito Mohamed Morsi, em julho de 2013.

Os três jornalistas foram condenados em junho de 2014 a penas de prisão entre os sete e os dez anos.