A ministra das Finanças sublinhou, terça-feira, que “o pedregulho” que Portugal tem às costas é “bem mais pesado do que antes” e que vai demorar a resolver, porque o país tem muita dívida pública, privada e externa.

“O pedregulho que temos às costas é bem mais pesado do que antes e vai demorar muito tempo a resolver, porque temos muita dívida pública, privada e externa, mas para começar a pesar menos é importante que não se perca o caminho já percorrido, porque começar outra vez seria mais difícil e as consequências muito mais dramáticas”, afirmou Maria Luís Albuquerque, no debate “Lições de Política num Futuro de Oportunidades, que decorreu em Matosinhos, Porto.

Segundo a governante, o que se passou “já não existe, e mesmo que existisse, os portugueses não o queriam, porque foi o que levou o país aos sacrifícios enormes que teve de fazer”.

Em Portugal, não há capital suficiente para a necessidade de capital que existe, por isso, tem de fazer um percurso sempre com uma “pedra muito grande às costas”, mas ter conseguido pegar na pedra e andar em frente “não é pouca coisa”, declarou a ministra.

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“Dizer às pessoas, de frente, que a pedra não vai desaparecer e que vai demorar tempo até que comece a pesar muito menos é uma forma honesta de colocar a questão, situação que acredito que os portugueses percebem”, salientou.

Em sua opinião, “não vale a pena prometer o que não se pode cumprir, porque as pessoas já não acreditam”.

Na sua intervenção, Maria Luís Albuquerque afiançou que Portugal, no seu conjunto, não fez pouco e que os resultados estão a aparecer, havendo perspetivas de um futuro melhor.

“No momento em que as coisas começam a melhorar é quando corremos os maiores riscos”, vincou.

Para Maria Luís Albuquerque, “a maior esperança que o país pode ter é que a terceira vez sob um programa de ajustamento financeiro tenha sido a última, mas para isso é importante continuar o caminho traçado até agora”.

“Aprendemos e não vamos repetir os erros do passado. O último programa de ajustamento financeiro foi o mais difícil e, não é por acaso, que temos menos instrumentos para fazer face a crises desta natureza”, concluiu.