A economia norte-americana criou 215 mil novos empregos não agrícolas em julho, em mais um mês de forte expansão do mercado de trabalho. Segundo os dados mensais do mercado de trabalho, a taxa de desemprego manteve-se inalterada em 5,3%, um mínimo dos últimos sete anos. A manter-se esta tendência de criação de emprego, a Reserva Federal ficará sob pressão para aumentar as taxas de juro na economia norte-americana mais rapidamente do que o que alguns previam.

Os 215 mil empregos criados em julho vêm na sequência dos 231 mil criados em junho e demonstram a expansão de postos de trabalho que se tem registado nos EUA, onde a taxa de juro está no mínimo histórico de 0%-0,25% desde 2008, o ano da crise financeira. Apesar das taxas de juro baixas e do crescimento relativamente robusto dos últimos anos, não tem sido possível criar inflação nos EUA na medida em que a Reserva Federal deseja.

Contudo, se esta tendência de criação de postos de trabalho continuar, acompanhada por um aumento das horas de trabalho médias, a tendência será para que as pessoas tenham mais rendimento disponível e a inflação suba e se aproxime do valor idealizado pela Reserva Federal, que já tem vindo a pedir “mais melhorias no mercado de trabalho” antes de avançar com um aumento de taxas de juro. Taxas de juro baixas por demasiado tempo podem criar problemas como a tomada excessiva de riscos por parte do setor financeiro e as baixas rendibilidades dos fundos de pensões.

James Knightley, economista do ING, escreve em nota de análise enviada ao Observador que “o relatório de julho [sobre a criação de empregos] foi bom. Foi suficientemente forte para manter a nossa expectativa em torno de um aumento da taxa de juro em setembro, mas temos de ver no próximo mês novamente uma criação de emprego a este ritmo para se tornar um dado quase adquirido que isso irá mesmo acontecer”.

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