O antigo diretor do Jornal de Notícias (JN) Frederico Martins Mendes morreu esta segunda-feira no Hospital de Santo António do Porto, com 77 anos de idade, vítima de cancro, disse à Lusa fonte daquele diário.

O antigo diretor do JN, cargo para o qual foi nomeado em 1993, estava internado há alguns dias no Hospital de Santo António, onde morreu, pelas 6h30. O corpo de Frederico Martins Mendes, que esteve ligado àquele diário cerca de 50 anos, pode ser velado hoje, a partir das 14h30, na Capela Mortuária da Igreja do Foco, na paróquia da Boavista, Porto.

O funeral realiza-se na terça-feira, após missa de corpo presente, pelas 14h30, também na Igreja do Foco.

O diretor do Jornal de Notícias recordou os 50 anos que Frederico Martins Mendes esteve ligado àquele diário, referindo que o trajeto do antigo diretor fica marcado pela “independência” e por se bater contra a miséria e centralismo.

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“O Frederico [Martins Mendes] era um homem independente, sem ambições políticas, indiferente a quem as estivesse, mas foi um homem de grandes causas, contra o centralismo, a miséria, a ignorância, a inveja, a tirania. Ele amava o Porto e o Norte. Era um homem de uma grande humanidade”, declarou Afonso Camões, atual diretor do Jornal de Notícias, a propósito da morte do antigo diretor daquele jornal.

Segundo Afonso Camões, Frederico Martins Mendes, que nasceu no Porto a 4 de agosto de 1938, era um homem que gostava muito de uma “prosa culta e comprometida, muitas vezes revoltada”.

Frederico Martins Mendes que começou a trabalhar no Jornal de Notícias (JN) com 15 anos de idade, como colaborador da secção de Desporto, vai ser recordado como “um grande chefe e um enorme diretor”, acrescentou Afonso Camões, recordando que Frederico Martins Mendes fez praticamente de tudo dentro do diário.

“Foi jornalista, editor, foi um grande chefe e um enorme diretor”, cargo para que foi nomeado em 1993. Segundo Afonso Camões, com o Frederico Martins Mendes, os jornalistas aprenderam que os laços de confiança e de credibilidade na relação com os leitores são que “fizeram” e “fazem um grande jornal”, observando que os critérios da ética e do rigor foram também defendidos por aquele jornalista.