Paris, 23 dez (Lusa) — O belga Salah Abdeslam, alvo de um mandado de detenção pelo alegado envolvimento nos atentados em Paris, confessou aos cúmplices que o ajudaram a fugir que participou na matança das 130 pessoas, informou hoje o jornal Le Parisien. “Disse ter estado num carro e ter usado uma ‘kalashnikov’ para matar pessoas”, segundo o relato de um dos dois cúmplices, que foram detidos e acusados de “assassinato terrorista e participação em atividades de uma organização terrorista”.

Abdeslam acrescentou que deixou propositadamente num carro abandonado o documento de identidade do seu irmão Brahim, que fez parte do designado ‘comando das esplanadas’, para que fosse “conhecido em todo o mundo”.

De acordo com o relato, na viagem para a Bélgica, Abdeslam, de 26 anos, estava “tenso”, dizia que planeava “vingar-se” pela morte do irmão e que “os franceses o iam torturar” se o capturassem. O fugitivo comprou roupa num supermercado para se mudar, arranjou um novo telemóvel e rapou o cabelo depois de ter tentado sem sucesso pintá-lo num cabeleireiro, indica o Le Parisien.

O diário refere ainda que Abdeslam não foi para o seu bairro de Molenbeek em Bruxelas, tendo pedido que o conduzissem a Schaerbeerk, nos subúrbios da capital belga, onde o esperava uma terceira pessoa e que se despediu dizendo que não o voltariam a ver.

Os atentados do dia 13 de novembro em Paris, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, fizeram 130 mortos e centenas de feridos.

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