Milhares de pessoas juntaram-se este sábado em Itália para apelar à aprovação das uniões civis entre casais homossexuais. As manifestações estenderam-se por cerca de 100 cidades italianas, esclarecem a Reuters e a Associated Press. De acordo com o grupo italiano LGBT Arcigay, estiveram nas ruas perto de um milhão de pessoas.

Em causa está o debate do projeto de lei que permitirá a legalização das uniões civis entre casais gays e lésbicos. O debate está agendado para quinta-feira no Senado. Se o projeto de lei passar, segue para a Câmara dos Deputados.

O governo italiano tinha-se comprometido a aprovar legislação na área das uniões civis e da parentalidade para casais homossexuais: uma das propostas é permitir que quando um dos membros do casal já tem um filho biológico o parceiro ou a parceira possa ter também a custódia da criança, lembra o New York Times. Os ativistas ouvidos destacam que a falta de reconhecimento parental causa vários problemas, nomeadamente nas questões logísticas, na escola ou na saúde.

Itália é um dos últimos países da Europa Ocidental sem legislação de proteção e reconhecimento das uniões entre casais de gays e lésbicas. Uma das causas estará na religião: Itália é um país fortemente católico. Prova disso são as declarações do Papa precisamente na sequência do agendamento do debate.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Não pode haver confusão entre a família que Deus quer e qualquer outro tipo de união”, destacou o Papa Francisco esta sexta-feira no Vaticano, refere o The Guardian. “A família, que tem na base o matrimónio indissolúvel que permite a procriação, é parte do sonho de Deus e da sua Igreja para salvar a humanidade”, salientou o responsável da Igreja Católica.