Os preços do petróleo estão a disparar mais de 7% e a subir pelo terceiro dia consecutivo, com os mercados a levarem a sério as notícias de que poderá estar iminente um acordo entre a Rússia e os países da OPEP para um corte da produção de 5%. Não é a primeira vez que há reuniões destas, pelo que os especialistas mantêm uma posição muito cautelosa, mas a reação dos mercados parece indicar que os preços do petróleo poderão ter já batido no fundo e poderão em breve começar a recuperar.

É, possivelmente, a questão mais determinante para saber se os preços do petróleo podem começar a recuperar ou se a tormenta vai continuar e agravar-se: será possível um acordo com Vladimir Putin que dê conforto à Organização de Países Produtores de Petróleo (OPEP) para que o cartel decida, finalmente, um corte das quotas de produção? O Observador olhou para esta questão no texto Petróleo. Quem irá pestanejar primeiro: Putin ou Arábia Saudita, publicado a 13 de janeiro?

Com notícias, avançadas por várias agências, de que haverá uma reunião no próximo mês entre o ministro russo da Energia e membros da OPEP, os preços do petróleo estão a subir de forma acentuada. Segundo a Bloomberg, os preços do petróleo subiam mais de 7%, voltando a negociar acima dos 35 dólares por barril.

Alexander Novak, o ministro russo, terá dito – segundo a agência Interfax – que nessa reunião será discutida a proposta da Arábia Saudita para que todos os países produtores decidam cortar a produção em 5%. A confirmar-se, esta reunião poderá ser ainda mais decisiva do que o encontro da OPEP de dezembro, já que cedo se percebeu que sem o acordo da Rússia a OPEP (à cabeça, a Arábia Saudita) não iria aceitar um corte da produção.

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“Está cada vez mais a parecer que isto é o primeiro sinal de rendição na guerra mundial de produção” de petróleo, disse à Bloomberg o analista Phil Flynn, da Price Futures Group em Chicago.

Teremos encontrado o fundo para o preço?

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O mercado petrolífero tem vivido num claro desequilíbrio entre (excesso de) oferta e procura (em desaceleração). Contudo, apesar de também estar a sentir os efeitos da quebra das receitas com o petróleo, a Arábia Saudita tem impedido qualquer decisão do cartel da OPEP de baixar a produção para tentar estimular os preços. O raciocínio dos sauditas é que se a OPEP cortar a produção sem que outros países (como a Rússia) façam o mesmo, esse corte da produção não fará subir o preço e, portanto, só penalizará ainda mais as receitas da Arábia Saudita.