A polícia de Nova Iorque deteve, esta segunda-feira, Ahmad Khan Rahami, um homem de 28 anos suspeito de estar envolvido na explosão de domingo, no bairro de Chelsea, e com a mochila com explosivos encontrada em Nova Jersey, esta segunda-feira. Rahami foi acusado de tentativa de homicídio.
Durante as operações de detenção ocorreu um enorme tiroteio e um agente foi atingido na zona do colete antibalas e outro agente foi baleado na mão. Segundo fontes ouvidas pela CNN, há ainda outros dois agentes feridos.
As autoridades acusaram Rahami de “tentativa de assassinato de um agente policial” e “posse ilegal de arma”. O valor da fiança seria de 4,65 milhões de euros e a pena poderia ir de cinco a 20 anos, caso seja considerado culpado dos crimes.
“Não tenho qualquer indicação de que uma célula [terrorista] esteja operacional na área ou na cidade”, declarou Bill Sweeney, o diretor-adjunto do escritório do FBI em Nova Iorque.
Já Bill de Blasio, mayor de Nova Iorque, afirmou que a polícia não está a buscar, este momento, outros suspeitos de envolvimento no planeamento das explosões em Nova Iorque, mas as autoridades de Nova Iorque e Nova Jersey alertaram os cidadãos para permanecer vigilantes e chamar a polícia se virem algo “suspeito”. Para de Blasio, “temos todas as razões para acreditar que isso foi um ato de terror”.
De acordo com a CNN, Harinder Bains, proprietário de um bar em Linden, Nova Jersey, disse que viu Ahmad Khan Rahami a dormir na porta do seu bar esta manhã, quando estava a ver imagens do suspeito na Internet. Bains alertou a polícia, que efetuou a operação de captura.
Ahmad Khan Rahami, suspect in NY & NJ bombings, seen being loaded into an ambulance https://t.co/xQKQoLv7XQ https://t.co/MvXSlYgc6T
— CNN (@CNN) September 19, 2016
Rahami foi identificado através de um telemóvel encontrado junto à panela de pressão que explodiu em Nova Iorque e às impressões digitais encontradas no material que restou do dispositivo.
Photo shows bombing suspect Ahmad Khan Rahami on the ground after shootout with police https://t.co/TXw3X7ZZNZ pic.twitter.com/MBQDH52L9g
— CNN (@CNN) September 19, 2016
Durante uma intervenção esta tarde, o presidente dos EUA, Barack Obama, garantiu que tem estado a acompanhar a situação em Nova Iorque através do FBI e das autoridades da cidade. Obama sublinhou que é uma “sorte que ninguém tenha sido morto”, e destacou o “profissionalismo extraordinário e a resposta rápida” das autoridades que permitiram a ajuda rápida nos locais afetados.
President Obama on bombings: "We are extremely fortunate & grateful that nobody was killed." https://t.co/T9gIVSJofo https://t.co/Mcm2wdS2dd
— CNN (@CNN) 19 September 2016
Obama descartou ainda qualquer ligação entre os acontecimentos de Nova Iorque e o ataque a um centro comercial no Minnesota.
Segundo o New York Times, a polícia efetuou raides a uma casa perto de Elizabeth, New Jersey, o local onde foi encontrada uma mochila com cinco dispositivos suspeitos. A polícia acredita que o responsável pela colocação desses dispositivos será também o responsável pela explosão que feriu 29 pessoas no sábado à noite, em Nova Iorque.
De acordo com informação divulgada pelo FBI, Ahmad Khan Rahami é um cidadão dos Estados Unidos, descendente de afegãos, que nasceu em 1988 no Afeganistão. A polícia descreve-lhe como um cidadão naturalizado, que vivia com a sua família na cidade de Elizabeth e que viajou ao Afeganistão “múltiplas vezes” nos últimos anos. De acordo com o relato do New York Times, o suspeito terá mostrado “sinais de radicalização” nas suas últimas visitas, mas ainda não há provas de que faça parte de alguma organização terrorista ou que se tenha inspirado em algum grupo terrorista antes de planear os ataques.
“Quero deixar claro que este indivíduo pode estar armado e perigoso”, disse Bill de Blasio, na manhã desta segunda-feira. O autarca explicou ainda que haverá um reforço na presença de agentes da polícia nas ruas de Nova Iorque.
A polícia de New Jersey publicou mais fotografias de Ahmad Khan Rahami:
***WANTED FOR QUESTIONING**** RETWEET! https://t.co/B3IgarqY2D pic.twitter.com/QUjCFdtVc2
— NJSP – New Jersey State Police (@NJSP) September 19, 2016
Clinton: “ameaça é real, mas a nossa determinação também”. Trump: “Hillary Clinton foi ‘fraca'”
A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, diz que é necessário estar “vigilante”, mas não com medo. “Escolhemos estar determinados, não ter medo. Não nos vamos virar uns contra os outros, e não nos vamos prejudicar uns aos outros”, disse Clinton.
Clinton afirmou ainda ser a única candidata que tomou decisões “no sentido de tirar os terroristas do campo de batalha”.
“I’m the only candidate in this race who’s been part of the hard decisions to take terrorists off the battlefield. —Hillary
— Hillary Clinton (@HillaryClinton) September 19, 2016
Já Donald Trump, candidato republicano nas eleições americanas, criticou a atuação de Hillary Clinton como secretária de Estado, cuja “fraqueza” terá “encorajado terroristas de todo o mundo a atacar os Estados Unidos, mesmo no nosso próprio solo”. “Eles estão a rezar para que Hillary Clinton torne-se Presidente – para que possam continuar a crueldade e o crime de morte”, disse na sua conta no Facebook.
Terror nos Estados Unidos este fim de semana: a cronologia
- Sábado de manhã: Uma bomba rebenta num caixote do lixo, em Jersey Shore, no Seaside Park. A explosão ocorreu antes de uma corrida de caridade, pelo que não causou feridos.
- Sábado à noite: Explosão no bairro de Chelsea, em Nova Iorque, provocou 29 feridos. O dispositivo estaria dentro de um caixote do lixo, na Rua 23, perto da Sexta Avenida.
- Sábado à noite: Um dispositivo foi encontrado numa panela de pressão, perto de Chelsea, que estaria ligada a um telemóvel. Foi desmantelado pela polícia antes que pudesse explodir.
- Domingo: Uma mochila com cinco dispositivos suspeitos foi encontrada num caixote do lixo em Elizabeth, Nova Jersey. Mais longe de Nova Iorque, no Minnesota, um homem levou a cabo um ataque num centro comercial. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico. O homem fez vários feridos e acabou por ser abatido pela polícia.