Temperaturas abaixo de zero, 94% de humidade e uma densa camada de neve a cobrir Berlim. A Alemanha está debaixo de um nevão que está a cortar estradas ne capital. Entretanto, a vaga de frio na Europa continua a ser mortífera, com mais sete vítimas esta terça-feira verificadas nos Balcãs, seis na Polónia e outras tantas na Roménia desde quinta-feira, o que eleva o total para cerca de 60.

Na Polónia, o país mais afetado, seis pessoas morreram esta terça-feira, com o termómetro a baixar até aos 20 graus Celsius (ºC) negativos em algumas regiões, anunciou o centro governamental de Segurança Nacional (RCB, na sigla em polaco).

Na Roménia, “seis mortes devido a hipotermias” foram contabilizadas ao nível nacional em seis dias, anunciou o Ministério da Saúde, no seu primeiro balanço oficial.

O conjunto do território foi colocado em alerta “temperaturas glaciais” na terça-feira. O termómetro desceu até aos 32ºC negativos no centro do país, com o frio a provocar o encerramento de escolas em Bucareste e no departamento de Constanta, no sudeste.

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Nos Balcãs, foram pelo menos sete as mortes relatadas nas últimas 24 horas — Sérvia (3), Macedónia (3) e Albânia (1) — pela imprensa local. No sul da Sérvia, onde as temperaturas desceram abaixo dos 20ºC negativos, morreram de frio um homem de 88 anos e o filho de 64 na localidade de Duga Poljana.

No leste do país, a televisão sérvia, RTS, relatou a história de um homem que caiu num buraco profundo, do qual não foi capaz de sair durante dois dias, sobrevivendo a temperaturas inferiores a 20ºC negativos. Socorrido, por fim, por um vizinho, este homem, cuja idade não foi revelada, foi internado.

A navegação no Danúbio foi suspensa esta terça-feira até nova ordem, por causa dos pedaços de gelo que se formaram no rio e os portos no Mar Negro foram encerrados por causa dos fortes ventos.

Na Grécia, um navio da Marinha de guerra deveria sair de Atenas esta terça-feira esta noite para a ilha de Lesbos, para acolher centenas de refugiados e migrantes que aí vivem em tendas, depois das quedas de neve nos últimos dias.

A embarcação pode “receber 500 pessoas” que estão a viver em condições miseráveis, afirmou o porta-voz da marinha de guerra, vice-almirante Spyridon Pollatos, à agência noticiosa AFP.

Esta vaga de frio vindo da Escandinávia afeta a Europa desde o fim da semana passada, provocando vítimas em outros países do Leste, como República Checa ou Bulgária, designadamente entre sem abrigos e migrantes, mas também na Macedónia, Bielorrússia ou Itália.