O empresário Carlos Santos Silva e um primo de José Sócrates, José Paulo Pinto de Sousa, criaram na Suíça uma fundação — a Belino Foundation — que seria a titular de contas bancárias onde cairiam luvas para José Sócrates. A notícia é avançada este sábado pelo jornal Sol — algumas informações já tinham sido adiantadas também pela revista Sábado — que chama a este esquema complexo “a prova que faltava” para comprovar que Santos Silva e o primo eram, na realidade, “testas de ferro” e que o dinheiro pertencia ao ex-primeiro-ministro socialista. Os advogados desmentem a notícia.

O esquema foi criado por Santos Silva e José Paulo Pinto de Sousa, a mando de José Sócrates, com a ajuda de Michel Canals, um nome bem conhecido por ser, na altura, gestor de contas no UBS e líder da Akoya, uma empresa de gestão de património que foi encerrada em 2011, no âmbito da Operação Monte Branco. A criação da fundação, a par da constituição de uma conta offshore, servia como camada adicional de opacidade, já que as fundações são entidades blindadas do ponto de vista jurídico na Suíça.

O dinheiro com alegada origem ilícita por favores políticos circularia por um rede complexa de contas offshore até aterrar nesta fundação em nome de Carlos Santos Silva. Segundo o jornal Sol, nos estatutos da fundação está escrito que caso Santos Silva morresse quem herdaria aquele dinheiro era a família de Sócrates.

“Sócrates nunca teve a ver com os negócios de Carlos Santos Silva”

Horas depois da publicação da noticia pelo jornal Sol, os advogados João Araújo e Pedro Delille vêm desmentir todo o conteúdo da notícia e dizem que a Operação Marquês se transformou numa “arruinada barcaça”.

Corridos 4 anos de árduas investigações, o Ministério Público descobriu finalmente “prova que faltava”. Para quê é que não esclarece.

Estas pretensas «provas» não têm outro objetivo que tentar iludir as verdadeiras provas: toda a documentação apreendida e recebida nos autos referente a contas no estrangeiro não tem uma única referência ao nome de José Sócrates; todos os documentos relativos às contas que estiveram na base das transferências do Engenheiro Carlos Santos Silva para Portugal, utilizando os mecanismos dos RERT, e que são a base da investigação neste processo, nenhum outro nome referem que o do próprio Carlos Santos Silva.

E visam ocultar o único facto que está inequivocamente demonstrado: o Engenheiro José Sócrates nunca teve a ver com os negócios do Engenheiro Carlos Santos Silva.

A “notícia” do SOL, na sua maliciosa e falsa construção, ilustra apenas o desespero de quem, à falta das provas, sempre anunciadas, ou sequer de factos, se vê obrigado a recorrer à invenção, à mentira e à calúnia para manter a flutuar a arruinada barcaça em que se transformou a chamada Operação Marquês”

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