O presidente do PSD admitiu que Portugal “tem uma situação política de estabilidade” e sublinhou que não se vislumbra “no horizonte próximo” qualquer cenário de crise que possa pôr em causa o Governo. As declarações de Pedro Passos Coelho em reação à entrevista do Presidente da República ao Diário de Notícias, em que disse que “gostava de não usar a bomba atómica”.

Em declarações aos jornalistas, em Barcelos, à margem de uma reunião com candidatos da coligação PSD-CDS às juntas de freguesia do concelho, Passos Coelho afastou a pressão que as declarações do chefe de Estado lançaram de forma inesperada sobre o executivo.

Julgo que o país tem uma situação política de estabilidade, o Governo goza de maioria no parlamento, só alguém muito desatento é que consideraria que faltam condições ao Governo de apoio parlamentar que pudesse deixar antever qualquer cenário de crise política”, afirmou o líder da oposição.

Depois de um início de legislatura em que se questionava a sustentabilidade da solução de Governo à esquerda, Passos reconhece agora que PS, PCP e BE conseguiram um modelo de apoio parlamentar estável. “Não creio que haja no horizonte próximo, quando praticamente metade de legislatura está cumprida, qualquer perspetiva de, da parte do Partido Comunista Português, Bloco de Esquerda ou Partido Socialista, haver uma situação que configure instabilidade”, referiu o líder do PSD.

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Coelho lembrou que o próprio primeiro-ministro já referiu que o Orçamento do Estado para 2018 será “o mais fácil de fazer”.

“Dá um sinal de confiança quanto às condições políticas de apoio junto dos partidos que suportam o Governo. Entre esses partidos, tem havido reiterada condição de apoio ao funcionamento do Governo, creio que não vale a pena estarmos a perder tempo a analisar potenciais situações em que a falta de apoio parlamentar pudesse conduzir a uma crise política”, rematou.

Em entrevista ao DN, Marcelo Rebelo de Sousa abordou a possibilidade de dissolver a Assembleia da República nestes termos:

Se me pergunta se eu gostava de evitar a bomba atómica porque o país estava em condições tais que ela era evitável, gostava. Quem é que não gosta de evitar a bomba atómica?”, questiona-se o chefe de Estado.

Marcelo não seria o primeiro a fazê-lo, mas os seus antecessores acionaram a chamada bomba atómica “em circunstâncias que tentaram evitar ou adiar o mais possível, mas foi impossível fazê-lo”, considera.