O líder da oposição do Quénia, Raila Odinga, rejeitou esta terça-feira os resultados das eleições presidenciais, favoráveis ao Presidente cessante Uhuru Kenyatta, defendeu uma nova votação e prometeu manter os protestos nas ruas do país.

Os primeiros comentários públicos do líder da oposição desde o anúncio dos resultados, na segunda-feira, mostram que as tensões políticas e étnicas vão continuar elevadas nos próximos tempos e sugerem que os seus apoiantes podem recorrer para o tribunal para anular as eleições presidenciais pela segunda vez desde agosto.

“Vamos tentar garantir umas eleições livres, justas e credíveis conforme foi decretado pelo Supremo Tribunal”, disse Odinga, acrescentando que “é do nosso interesse fazê-lo o quanto antes”.

O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, proclamado vencedor da eleição presidencial realizada na quinta-feira, afirmou que a sua vitória foi uma “nova confirmação” da vontade do povo.

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A 08 de agosto houve uma primeira eleição presidencial, que Kenyatta também venceu, que foi depois invalidada pelo Supremo Tribunal devido a “irregularidades”.

“Isso não é mais do que uma nova confirmação da vontade” dos eleitores, declarou na segunda-feira Kenyatta, de 56 anos, depois de ser declarado vencedor do sufrágio com 98,26% dos votos.

O Presidente reeleito do Quénia acredita que este resultado também seja contestado na Justiça, mas prometeu respeitar o quadro legal.

Perante a possibilidade de violência popular, Kenyatta apelou à paz: “O vosso vizinho continuará a ser o vosso vizinho apesar do resultado das eleições”.

Raila Odinga, que lidera uma coligação de partidos e movimentos da oposição, boicotou a repetição das eleições presidenciais de quinta-feira, face à ausência de reformas na Comissão Eleitoral, que responsabiliza pelas irregularidades nas presidenciais de 08 de agosto.