Aviões de guerra não identificados bombardearam esta sexta-feira vários pontos de Ghouta Oriental, principal feudo da oposição nos arredores de Damasco, pouco antes de uma nova pausa humanitária ter começado pelo quarto dia consecutivo.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos informou que os ataques visaram as populações de Duma, Zamalka e Haza, mas não causaram vítimas. Entretanto, os combates continuam entre as forças do governo sírio e a fação do Exército do Islão em Hush al Dauahira em outras partes de Ghouta oriental.

A televisão oficial síria, por seu turno, mostrou que as organizações terroristas continuaram a lançar mísseis na área do corredor humanitário aberto pelas autoridades no campo de refugiados palestinos de Wafidín para permitir a partida de civis.

Uma nova pausa humanitária entrou em vigor esta sexta-feira na região às 09:00 horas locais (07:00 em Lisboa) e vai estender-se até às 14:00 (12:00 em Lisboa).

A Rússia propôs a iniciativa de estabelecer pausas humanitárias de cinco horas em Ghouta Oriental, após a aprovação no último fim de semana de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo uma trégua de um mês em toda a Síria.

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A região tem sido alvo de ataques da aviação síria e russa, bem como da artilharia governamental, desde 18 de fevereiro, que causaram a morte a pelo menos 617 pessoas, incluindo 149 crianças e 90 mulheres, de acordo com o Observatório. O enclave rebelde de Ghouta Oriental está desde 2013 sob um cerco das forças leais a al-Assad e os cerca de 400 mil habitantes são vítimas diariamente, além dos bombardeamentos, de falta de alimentos e de medicamentos.

Desencadeado a 15 de março de 2011 na sequência da repressão de manifestações pacíficas pró-democracia, o conflito na Síria, que se estende a ouras regiões, já causou mais de 340.000 mortos, bem como milhões de deslocados e refugiados.

Entretanto, o exército sírio rejeitou as acusações sobre a alegada utilização de armas químicas em Ghouta Oriental, afirmando que a informação foi inventada pelos “grupos terroristas”, segundo a agência de notícias oficial SANA. Uma fonte militar garantiu que as forças armadas receberam informações confirmadas de que por detrás estão as organizações terroristas em Ghouta Oriental – a Frente Nusra, a Legião da Misericórdia e o Sham Free.