Uma juíza canadiana condenou uma mulher por infanticídio e a sentença incluía a realização de dois testes de gravidez por ano. É uma decisão inédita no Canadá.

O crime remonta a 2016. Segundo a Canadian Broadcasting Corporation, a mulher de 43 anos não sabia que estava grávida — foi posteriormente diagnosticada com “negação não psicótica de gravidez” e amnésia dissociativa — quando teve o quarto filho, uma menina, em casa. Quando o companheiro chegou, encontrou a mulher na banheira e a filha, com ferimentos na cabeça, num saco de plástico. A bebé ainda esteve três dias internado num hospital, mas acabou por morrer.

A mulher de Montreal, que se deu como culpada, foi condenada esta quinta-feira a 20 meses de prisão domiciliária e a três anos em liberdade condicional. Além disto, a mulher terá ainda de fazer testes de gravidez duas vezes por ano e entregar os resultados ao agente responsável enquanto cumpre a pena em casa.

Os advogados da defesa e da acusação concordaram com a decisão. “Neste caso em particular, acho que as circunstâncias assim o ditaram e a minha cliente aceitou”, afirmou o advogado Joseph La Leggia, esclarecendo que, mesmo que fique grávida, a mulher poderá ter o bebé. Isto é uma forma de garantir que não se volte a repetir a negação da gravidez, disse o advogado.

Apesar desta situação, os serviços de proteção de menores do Quebec concluíram que a mulher não punha em risco a vida dos outros três filhos. Aliás, ela não foi condenada a uma pena de prisão para não privar as crianças da mãe. “É uma mulher com muitos remorsos. Ela teve uma depressão depois da morte da criança”, afirmou a procuradora France Duhamel. Esta era já a segunda vez que a mulher estava grávida sem ter conhecimento disso.

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