Os pais de Maëlys de Araújo falaram pela primeira vez à imprensa, três semanas após o corpo da menina luso-descendente de nove anos ter sido descoberto. Em conferência de imprensa, que decorreu esta sexta-feira na cidade francesa de Lion, a mãe de Maëlys disse que a morte da filha é “injustificável e imperdoável”.

Tudo o que ele fez é injustificável e imperdoável. Maëlys, tenho a certeza de que o teu assassino ficará na prisão. Todo o amor que temos por ti é eterno. (…) Meu anjo, nós amamos-te com todo o coração.”

“Maëlys, tu és uma filha excecional. Estiveste, estás e estarás, todos os dias, no nosso coração. (…) Deixas um grande vazio. A casa está triste sem ti”, continuou Jennifer Cleyet-Marrel.

Também o pai da menina, Joaquim de Araújo, falou à imprensa para agradecer a todos os que os apoiaram: família, amigos, colegas, advogado e anónimos “que enviaram gestos afectuosos”.

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Maëlys de Araújo desapareceu a 27 de agosto do ano passado, durante um casamento. O suspeito, Nordahl Lelandais, confessou o crime a 14 de fevereiro e o corpo da menina foi posteriormente encontrado a cerca de uma hora de distância do local do casamento — primeiro foi descoberto o crânio e, depois, as ossadas. Lelandais disse às autoridades que matou a luso-descendente de forma acidental.

Autor confesso do assassinato de Maëlys envolvido noutro homicídio

O ex-militar francês Nordahl Lelandais, autor confesso do assassinato da menina de nove anos, foi interrogado sobre um segundo homicídio, escreve o Correio da Manhã. O homem de 34 anos está a ser investigado tendo em conta a morte do militar gay Arthur Noyer, que faleceu em abril do ano passado.

Apesar de negar qualquer envolvimento na morte do cabo francês, Lelandais contou à polícia que lhe deu boleia à saída de uma festa numa discoteca gay e que o deixou a meio do caminho de casa na madrugada do dia 12 de abril.

Parte do crânio do militar foi descoberto numa zona de mato cinco meses após o desaparecimento. Imagens de videovigilância colocam o carro de Lelandais no local. Os investigadores descobriram ainda que Lelandais pesquisou pelas palavras “decomposição do corpo humano” na internet após o desaparecimento do militar.

Lelandais é agora o principal suspeito do assassinato do cabo de 24 anos, mas segundo o CM este poderá estar envolvido noutros desaparecimentos, incluindo os de dois homossexuais que desapareceram depois de uma festa na discoteca frequentada pelo suspeito — desaparecimentos com um ano de diferença entre eles –, mas também de uma mulher de 19 anos, em 2011, e de um homem com cerca de 40 anos, em 2016.