O Governo do Luxemburgo vai chamar o seu embaixador em Moscovo para consultas, na sequência do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido, cuja responsabilidade Londres atribui a Moscovo.

“O Governo do Luxemburgo condena com a maior firmeza o ataque cometido e subscreve o anúncio do Reino Unido segundo o qual é altamente provável que a Federação Russa seja responsável por este ato e que não há outra explicação plausível”, indicou o executivo luxemburguês em comunicado.

Na terça-feira, o ministro dos Assuntos Exteriores luxemburguês, Jean Asselborn, confirmou ao diário “Wort” que “não vai castigar os diplomatas de Moscovo caso não haja 100% de certeza de que estejam envolvidos em atividades ilegais, como a espionagem”.

O jornal destacou que a decisão se deve ao reduzido número de diplomatas russos no país, um dos mais pequenos da União Europeia, e à “falta de provas”. Na nota difundida esta quarta-feira, o Governo do Luxemburgo assinalou que “está plenamente solidário com o Reino Unido quando é posta em causa a questão da segurança comum”, numa referência ao ataque a Skripal a 4 de março.

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Por isso, o ministro do Exterior “decidiu chamar para consulta o embaixador do Luxemburgo em Moscovo”, segundo a nota. Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português anunciou também que “Portugal chamou para consultas o seu embaixador em Moscovo”.

Em entrevista à RTP, Augusto Santos Silva rejeitou a ideia de que Portugal esteja fora do movimento de expulsão de diplomatas russos, lembrando que o país apoiou as decisões tomadas neste âmbito pela União Europeia e pela NATO.

Em 14 de março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal com um gás neurotóxico no dia 4 de março na cidade inglesa de Salisbury. Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática, que se estendeu a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.